Com 121 mortes, operação policial ultrapassa massacre do Carandiru

A ofensiva no Carandiru causou a morte de 111 detentos.

Foto de ato em homenagem às vítimas no massacre do Carandiru.
Legenda: Dos 119 mortos, 4 são policiais.
Foto: AFP/Nelson Almeida.

A megaoperação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, na terça-feira (28), que resultou em 121 mortes, é maior que a ação policial no Carandiru, que deixou 111 mortos.

A comparação foi levantada pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputada Dani Monteiro, nesta quarta-feira (29).

“Se esses dados se confirmarem, tem uma violação maior que o Carandiru. Então, se torna a maior violação cometida pelo Estado na história da nossa redemocratização”, declarou Dani, durante atendimento da comissão para acompanhar os desdobramentos da ação policial nos complexos do Alemão e da Penha, em parceria com diversas instituições.

O massacre do Carandiru ocorreu em 2 de outubro de 1992, quando uma intervenção da Polícia Militar do estado de São Paulo, visando conter uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru), causou a morte de 111 detentos.

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DETALHES DA MEGAOPERAÇÃO

Um balanço parcial desta quarta-feira (29) fala em 121 mortes. O número inicial, na terça-feira (28), era de 64 mortes, sendo 60 suspeitos e 4 policiais.

Enquanto o Governo do Estado do Rio de Janeiro trata a "Operação Contenção" como a maior da área de segurança dos últimos 15 anos, movimentos sociais falam em ação mais violenta da história do Estado.

Na rede social X, antigo Twitter, o GovRJ apresentou o balanço completo da operação, que representou, segundo o Executivo, o  "maior baque que a facção já tomou em toda a sua história”.

“Uma investigação de 1 ano envolvendo todas as polícias do RJ. O foco da operação foi retirar o confronto da comunidade e levá-lo para a área de mata, protegendo a população e reduzindo os efeitos colaterais”, informou a publicação.

O governo do Rio afirmou ainda que foram mais de 60 dias de planejamento com inteligência, levantamentos, mapas e distribuição tática das tropas. Que todos os policiais estavam com câmeras corporais e que “o cenário encontrado foi o previsto”.

Balanço de prisões e apreensões

  • 113 presos (33 de outros estados);
  • 10 adolescentes detidos;
  • 118 armas apreendidas, sedo: 91 fuzis, 29 pistolas e 14 artefatos explosivos;
  • Mais de 1 tonelada de drogas apreendidas.
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