Defensoria Pública é barrada em perícia de mortos da megaoperação no Rio

Servidores não conseguiram acompanhar a necropsia no IML.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 19:35)
Fachada do Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto (IMLAP) no Rio de Janeiro, familiares sentados aguardando liberação dos corpos da megaoperação. Imagem usada para matéria sobre Defensoria Pública ser barrada em perícia dos mortos no IML.
Legenda: Familiares aguardam do lado de fora do Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto (IMLAP) para recuperar os corpos dos mortos durante a Operação Contenção no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro.
Foto: Mauro Pimentel/AFP.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro foi impedida de acompanhar os exames nos corpos dos mortos na megaoperação denominada “Contenção”, na terça-feira (28), no Complexo da Penha.

Impedida de acessar a sala da perícia e a necropsia do Instituto Médico-Legal (IML), a Defensoria Pública e familiares dos mortos temem a falta de transparência e fiscalização dos procedimentos.

Nesta quinta-feira (30), a entrada dos agentes foi autorizada apenas para o pátio e outras áreas do prédio, não sendo permitido acompanhar os exames.

A Defensoria informou que instalou uma van no pátio do IML para oferecer apoio jurídico e psicológico às famílias que aguardam a liberação dos corpos.

O que diz a Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil informou que o acesso ao IML “está limitado aos policiais civis e membros do Ministério Público. A Polícia Civil está cumprindo todas as regras estabelecidas pela ADPF 635.”

ADPF 635, trata-se de ação constitucional em que se busca o reconhecimento e a solução de graves violações a direitos fundamentais causadas pela política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro.

A Polícia concluiu dizendo que esse procedimento é uma rotina técnica, o ambiente é controlado e todas as informações constarão nos autos do processo e ficarão disponíveis para todas as partes envolvidas. 

Estrutura provisória da Defensoria Pública 

As equipes da Defensoria Pública instalaram uma estrutura provisória entre o Complexo da Penha e o Hospital Getúlio Vargas.

A informação foi confirmada pela defensora Mirela Assad, que coordena a atuação com mais de 40 funcionários e afirma que essa ação é para que nenhum familiar fique sem orientação ou suporte jurídico.

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O atendimento vai continuar nos próximos dias, já que o resgate de corpos ainda está em andamento.

A Defensoria informou que também enviou um ofício à chefia da Polícia Militar, solicitando as imagens das câmeras de segurança corporais e a identificação dos agentes que participaram da "Operação Contenção", para garantir a preservação das provas.

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