Delegada que teve a arma usada pelo marido para matar gari pode sofrer sanções

Ana Paula Balbino Nogueira virou alvo de processo da Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 11:52)
Empresário que matou gari e delegada, esposa dele, em foto de ocasião anterior ao crime
Legenda: Empresário declarou em depoimento que arma utilizada no crime era da esposa delegada
Foto: reprodução/arquivo pessoal

A delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de René da Silva Nogueira Junior, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, virou alvo de um procedimento disciplinar e de um inquérito policial da Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais.

Empresário matou gari durante o trabalho 

O esposo de Ana Paula foi preso horas após o crime, que vitimou Laudemir a tiros em Belo Horizonte, na última segunda-feira (11). Na ocasião, o gari estava a trabalho, acompanhado de outros profissionais, quando foi atingido pelos disparos de uma arma empunhada por René. 

Agora, o processo da Corregedora-Geral dele elucidar se a arma utilizada no crime pertence à delegada. O próximo passo deve ser apurar se houve fornecimento do armamento ao marido ou relação com o crime de forma direta. 

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Segundo o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826), pode haver responsabilização criminal em casos de omissão de cautela com menores de idade e incapazes. Dessa forma, se ela não teve participação no fornecimento da arma, não deve haver responsabilização.

Caso a arma seja de propriedade do Estado e cautelada no nome da delegada, ela pode responder a um procedimento interno. 

O que aconteceu

O gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi baleado enquanto trabalhava, na manhã de segunda-feira (11).

Os tiros teriam sido disparados por René, que ameaçou a motorista do caminhão de lixo, identificada como Eledias Aparecida Rodrigues, ao exigir que ela retirasse o veículo da via para que ele passasse com o carro.

Segundo relato da testemunha, ele afirmou que "daria um tiro" no rosto da mulher. Após a ameaça, ele teria descido do carro e mirado nos garis que tentavam pedir calma diante da situação. "Ele vai atirar, ele está armado", contou ela sobre o que o homem teria dito antes do disparo que atingiu Laudemir. 

"Ele se irritou porque o trânsito ficou agarrado e não poderia passar no momento que ele queria, porque o carro dele é um carro grande. Os carros populares menores passaram e ele teve que esperar", disse a motorista.

Laudemir foi socorrido por uma equipe da Polícia Militar, que o encaminhou ao hospital. Apesar disso, a vítima não resistiu aos ferimentos.

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