Saiba quem é Jorge Messias, indicado por Lula para vaga no STF
Nome seguirá para sabatina e para aprovação pelo Senado Federal.
O favoritismo de Jorge Messias para indicação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) se concretizou. A confirmação da escolha foi publicada em nota oficial pelo Palácio do Planalto nesta quinta-feira (20).
Jorge Messias é de Recife (PE), doutor em Direito e Advogado-Geral da União desde 1º de janeiro de 2023. Ele disputava a vaga do ministro Luís Roberto Barroso, agora aposentado, com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Lula, porém, optou pelo pernambucano.
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A partir da indicação, que ainda será oficializada no Diário Oficial da União (DOU), o nome de Messias passará por uma longa sabatina sobre temas jurídicos, políticos e pessoais na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Depois, seguirá para aprovação pelo Plenário do Senado Federal, onde precisa conquistar a maioria absoluta dos votos, com pelo menos 41 dos 81 senadores favoráveis.
Caso nomeado, o advogado deve reforçar a presença de ministros do STF com perfil próximo ao presidente, como é o caso de Flávio Dino e Cristiano Zanin.
Se for, de fato, o novo ministro do STF, Messias poderá permanecer no cargo até 2055, quando completa a idade máxima para aposentadoria compulsória, de 75 anos.
Jorge Messias já tem extensa experiência de atuação dentro do poder público. Antes de estar à frente da AGU, ele foi subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil, Secretário de Regulação e Supervisão do Ministério da Saúde, e Consultor Jurídico dos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O pernambucano também atuou na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e na Procuradoria do Banco Central.
Evangélico, técnico e leal
Natural de Recife, Jorge Messias de Morais ganhou projeção nacional durante o segundo mandato de Dilma Rousseff, quando foi secretário de Assuntos Jurídicos da Presidência.
À época, foi apelidado de “Bessias” em referência a um diálogo de 2016 sobre a nomeação de Lula para a Casa Civil – episódio que o marcou, mas do qual conseguiu se desvincular nos anos seguintes.
Hoje, Messias comanda a AGU e é visto por interlocutores de Lula como um quadro técnico e leal, além de estratégico por simbolizar uma ponte de Lula com o eleitorado evangélico, grupo em que o presidente ainda enfrenta resistência.