Por que Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, foi preso no Paraguai?
Vasques tentava fugir para El Salvador.
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso no Paraguai, nesta sexta-feira (26), em razão de uma condenação à prisão, proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), neste mês de dezembro.
24 anose 6 meses foi a pena atribuída a Silvinei Vasques, por participação na tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Conforme a decisão da Corte, Vasques integrou o chamado Núcleo 2 da organização criminosa e atuou no monitoramento de autoridades e na tentativa de impedir a votação de eleitores, especialmente na região Nordeste, por meio de operações da PRF no segundo turno do pleito de 2022.
Em janeiro de 2025, o ex-diretor-geral da PRF foi nomeado secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura de São José, na Grande Florianópolis.
Entretanto, ele pediu exoneração em dezembro, no mesmo dia em que foi condenado pelo STF no processo relacionado à trama golpista.
Veja também
Outra condenação
Antes dessa condenação, Silvinei Vasques já havia sido sentenciado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por uso político da estrutura da PRF durante a campanha eleitoral de 2022, em ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF).
A decisão reconheceu que ele utilizou símbolos, recursos e a visibilidade institucional da corporação para promover a candidatura à reeleição do então presidente Jair Bolsonaro, o que resultou em multa superior a R$ 500 mil, além de outras sanções de natureza cível.
Vasques chegou a ser preso em 2023, mas obteve liberdade posteriormente mediante a imposição de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.
Como aconteceu a prisão
Silvinei Vasques foi preso na madrugada desta sexta (26), no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, ao tentar embarcar em um voo para El Salvador.
A prisão foi realizada em uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Polícia Paraguaia.
Segundo a PF, Vasques rompeu a tornozeleira eletrônica que utilizava por determinação judicial, em Santa Catarina, após a condenação no STF.
Em razão do rompimento do dispositivo, as autoridades brasileiras emitiram alertas a países vizinhos, entre eles Paraguai, Argentina e Colômbia.
O ex-diretor-geral da PRF tentou deixar o país utilizando documento falso. Ao ser abordado no aeroporto de Assunção, ele foi identificado e preso.
No Aeroporto, Vasques ainda apresentou uma declaração médica falsa de que tinha câncer na cabeça e não podia falar nem ouvir.