PF conclui que Bolsonaro usou ferro de solda para violar tornozeleira
Laudo pericial aponta o que aconteceu com dispositivo usado pelo ex-presidente.
O ex-presidente Jair Bolsonaro realmente usou um ferro de solda para violar a tornozeleira eletrônica quando estava em prisão domiciliar. A conclusão é do laudo pericial elaborado por especialistas do Instituto Nacional de Criminalista da Polícia Federal e divulgado nessa quarta-feira (17).
Em 22 de novembro, o ex-presidente foi preso na Superintendência da PF, em Brasília (DF), após danificar o dispositivo de monitoramento.
Na época, ele justificou que teria danificado o aparelho por "curiosidade". No entanto, mudou posteriormente a versão e afirmou que sofreu uma "alucinação" causada por medicamentos.
Tornozeleira teve danos significativos
No laudo, os profissionais confirmaram a existência de sinais de violação da tornozeleira, que teve danos significativos na parte da capa plástica, conforme informações do portal Uol.
"Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificados. Não foram feitos testes adicionais com outros tipos de ferramentas", concluiu o laudo.
Em outro trecho, o documento cita que alguns pontos da capa plástica tiveram penetração total, "expondo a bateria do equipamento em seu interior, o que, tipicamente, é suficiente para o acionamento de alarmes de integridade ou de violação", conforme dados do portal g1.
Na madrugada de 22 de novembro, os agentes da PF tiveram que trocar o equipamento usado pelo ex-presidente após alerta de violação do dispositivo.
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'Execução grosseira'
Os peritos ainda apontaram que a tentativa de violação foi realizada sem "precisão técnica".
"Destaca-se que os danos no material questionado apresentam características de execução grosseira, o que sugere que a ferramenta foi utilizada sem precisão técnica."
O laudo foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do caso.