'Não podemos perder tempo brigando entre nós', diz Elmano sobre futuro do PT no Ceará
Chefe do Executivo cearense discorreu sobre eleição interna e divergências no diretório local da legenda
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, fez uma avaliação do resultado do Processo de Eleição Direta (PED) realizado pela sua sigla, o Partido dos Trabalhadores (PT) para a eleição de dirigentes, no último domingo (6). Ele foi entrevistado na Live PontoPoder, nesta quarta-feira (9). Na esteira do assunto, ele comentou sobre as divergências internas no diretório local da legenda.
Segundo o chefe do Executivo cearense, ele ficou muito feliz com a eleição. “Imagine, com o grau de politização que temos ainda na sociedade brasileira, que 52 mil pessoas saíram de casa”, discorreu. Ele ainda defendeu que os correligionários não devem “perder tempo” divergindo internamente.
Veja também
“Não saíram para ver jogo, para ir cultuar sua fé, para ir a uma festa ou para a praia. Essas 52 mil pessoas saíram para eleger os membros de um diretório de um partido e para votar quem devem ser o presidente do partido”, justificou.
“Conseguimos, no processo interno do PT, fazer uma composição entre correntes e campos do PT, em que 90% dos filiados votaram no companheiro Conin para presidente do partido. (Cerca) de 78% dos filiados do PT de Fortaleza votaram no companheiro Antônio Carlos para presidente do partido”, argumentou.
Elmano alegou que não se deseja um cenário em que “todo mundo pense igual”. “Reconhecemos que nossa diversidade é nossa riqueza. É muito importante que o PT preserve nossa condição de dialogar”, complementou o petista durante a entrevista, concedida aos editores do PontoPoder, Jéssica Welma e Wagner Mendes.
“Um dos grandes desafios do PT é, com esse grau de unidade que construímos, pararmos um pouquinho e nos perguntar o que mudou no Ceará, que precisamos atualizar nosso conjunto de propostas”, salientou. Para ele, a “unidade do PT” dá aos filiados “tranquilidade para debater propostas do partido para a sociedade”.
“Temos um conjunto de jovens, homens e mulheres, trabalhando como entregadores. Qual é a política que o PT defende para melhorar a vida do cara que trabalha todo santo dia fazendo entregas? Esse cara vive aperreado, tem dificuldades. Qual nossa posição, enquanto partido, para ajudar esta pessoa que trabalha tanto e quer também ter uma colaboração do Poder Público?”, questionou.
Disputa de espaço
“Ao invés de a gente estar disputando espaço de liderança, quem vai ser o eleito ou quem não vai ser o eleito do PT, como temos uma situação hoje de muita unidade, (deveríamos) aproveitar esse clima para debater propostas e programas do PT do Ceará para ajudar o país, o PT do Brasil, a atualizar seu programa”, prosseguiu.
O político disse divergir da deputada federal Luizianne Lins, que deu declarações contrárias ao volume de filiações recentes ao partido e a influência dessas adesões na escolha dos dirigentes. Na semana que antecedeu o PED, a parlamentar chegou a afirmar não saber “que PT vai sair das urnas”.
“Saiu o PT com o presidente que já é o presidente do PT, que tem uma vida inteira (de atuação partidária). O Conin está no partido há 30 anos, 35 anos. O Antônio Carlos está no PT desde os 16 ou 17 anos de vida, deve ter mais de 30 anos no PT. Então, saiu gente que tem muita vida dentro do PT”, rebateu.
Veja também
Elmano pontuou ainda que há uma maturidade partidária em aspectos relevantes para a conjuntura política, tanto no sentido de trabalhar em prol da afirmada “unidade”, quanto por conta do entendimento de que é necessário dialogar com outros espectros políticos para a construção de um projeto comum.
“Não podemos perder tempo brigando entre nós, divergindo entre nós. Divergir no sentido de debater ideias para ver como é que pode melhorar cada vez mais? Ótimo, é muito bom, porque tem sempre o que melhorar. Mas divergência por disputa de espaço? Não leva a nada e só vamos perder condições políticas que podemos avançar muito”, falou.
>> Acesse nosso canal no Whatsapp e fique por dentro das principais notícias.