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Lula condena ação militar dos EUA contra instalações nucleares iranianas: 'Grave preocupação'

Itamaraty emitiu comunicado um dia após ataques americanos no Oriente Médio

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Diário do Nordeste/Agência Brasil producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 18:52)
Lula durante discurso na ONU. Imagem usada em matéria sobre o Brasil condenar ações militares dos EUA contra instalações nucleares iranianas
Legenda: Presidente Lula compartilhou nota emitida pelo Itamaraty neste domingo (22)
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Itamaraty, emitiu nota na tarde deste domingo (22) onde repudia e condena "com veemência" os ataques militares de Israel ao território iraniano, além dos bombardeios dos Estados Unidos às instalações nucleares de Irã, ocorridos neste sábado (21). A nota foi compartilhada pelo presidente Lula (PT) nas redes sociais.

No comunicado, o Governo frisa a "grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio", e afirma que os Estados Unidos cometeu uma "violação da soberania do Irã e do direito internacional".

"Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala", alerta o Itamaraty.

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O comunicado pondera ainda que as armas nucleares devem ser usadas exclusivamente "para fins pacíficos", e declara que o Governo Federal "rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica".

Os mútuos ataques em regiões altamente povoadas do Oriente Médio também foram repudiados pelo Itamaraty, pois "têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário".

"Ao reiterar sua exortação ao exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito, o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz. As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear", arremata a nota.

Escalada próximo de conflito nuclear

Desde o último dia 13 de junho o Oriente Médio acompanha com tensão a escalada do conflito militar entre Israel e Irã. Há nove dias, o governo israelense lançou ataque surpresa contra o território iraniano sobre a acusação de que os persas estão próximos de desenvolver uma arma nuclear

Neste sábado, os Estados Unidos atacaram as usinas nucleares de Esfahan, Fordow e Natanz, em território iraniano.

O Irã diz que o programa nuclear do País é para fins pacíficos e que negociava com o governo de Donald Trump acordos para garantir o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual os persas são signatários.

Foto que contém imagem de satélite de instalações fabris do Irã. Imagem usada em matéria onde Itamaraty condena ação militar dos EUA contra instalações nucleares iranianas
Legenda: Estados Unidos bombardeou instalações nucleares do Irã
Foto: Satellite image ©2025 Maxar Technologies / AFP

Mesmo admitindo que não tem provas de que o Irã estaria construindo uma bomba atômica, a AIEA acusou o país persa de não cumprir com todas as obrigações no tratado.

O Irã acusa a agência de agir “politicamente motivada” e dirigida pelas potências ocidentais, como EUA, França e Grã-Bretanha, que têm apoiado Israel na guerra contra Teerã.

Em março, o setor de Inteligência dos Estados Unidos afirmou que o Irã não estava construindo armas nucleares, informação que agora é questionada pelo próprio presidente Donald Trump.

Como resposta, o Irã decidiu fechar o Estreito de Ormuz, rota essencial para a passagem de 20% de todo o petróleo do mundo.

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