Após ofensiva dos EUA, parlamento do Irã aprova fechamento do Estreito de Ormuz
Bloqueio interrompe fluxo de cerca de 20% de todo o petróleo comercializado globalmente

Cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no mundo pode ser bloqueado em breve. Isto seria o resultado do fechamento do Estreito de Ormuz, aprovado pelo parlamento do Irã após bombardeio ordenado por Donald Trump contra instalações nucleares no país.
O Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico (ao norte) com o Golfo de Omã (ao sul), e deságua no Mar da Arábia. Na parte mais estreita, tem 33 km de largura, com canais de navegação de 3 km em cada direção. Cerca de um quinto de todo o consumo mundial de petróleo passa por ele.
Os ataques dos EUA aconteceram em três instalações nucleares do Irã. O bloqueio da via marítima, localizada entre a nação e Omã, é considerado, assim, uma retaliação do governo iraniano.
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Nada está garantido ainda, segundo informações do g1. Para entrar em vigor, a medida ainda precisa passar pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo aiatolá Khamenei.
A disparada no preço do barril de petróleo será uma das principais consequências desse fechamento do Estreito de Ormuz. Devido ao confronto entre Israel e Irã, navios petroleiros já foram orientados por agências marítimas a redobrar a cautela na região.
Alta no preço do barril
O preço do petróleo registra alta desde o último dia 13 de junho, quando começaram as ofensivas. O salto foi de 8% apenas no primeiro dia de conflito.
Referência mundial, o barril tipo Brent subiu de US$ 69,36 no último 12 de junho para US$ 78,74 no dia 19. O avanço foi de 13,5%. Por sua vez, o petróleo WTI, referência nos Estados Unidos, saltou de US$ 66,64 para US$ 73,88 no mesmo período, uma alta de 10,9%.
Histórico do Estreito de Ormuz
O Irã já ameaçou bloquear o estreito em diversas ocasiões ao longo dos últimos anos, mas nunca cumpriu a promessa.
Cerca de um quinto de todo o consumo mundial de petróleo passa pelo estreito. Entre o início de 2022 e maio deste ano, aproximadamente 17,8 a 20,8 milhões de barris por dia de petróleo bruto, condensado ou combustível fluíram diariamente pelo local.
Membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a exemplo de Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque, exportam a maior parte do próprio petróleo por meio do estreito, principalmente para a Ásia.