13 pessoas são presas por suspeita de ligação com incêndio em Hong Kong
Equipamentos usados para a reforma dos prédios são cogitados como causa das altas proporções do episódio.
Na manhã desta segunda-feira (1º), autoridades de Hong Kong confirmaram a prisão de 13 pessoas por suspeita de envolvimento com o incêndio em um complexo residencial em Tai Po, distrito de Hong Kong. Até o momento, 151 mortes foram registradas.
O ocorrido se deu na última quarta-feira (26), com duração de dois dias até que o fogo cessasse e os resgates fossem concluídos. Durante esse tempo, oito pessoas foram detidas, entre elas "consultores, subcontratistas de andaimes e um intermediário do projeto", segundo o órgão anticorrupção do país.
A causa do incêndio ainda está sendo investigada, mas autoridades acreditam que os equipamentos utilizados para a reforma dos prédios, como telas de proteção, que não atendiam normas de resistência ao fogo, e andaimes de bambu, podem ser o motivo das proporções terem escalado tão rapidamente.
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Além disso, o governo afirma que os alames de incêndio do residencial não estavam funcionando corretamente. No dia após o ocorrido, a polícia apreendeu caixas de documentos em escritório da companhia responsável pelas obras no complexo, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).
Hong Kong decretou três dias de luto oficial no sábado (29). Este já é considerado o incêndio mais mortal da região, que possui um histórico de episódios graves similares ao longo dos anos.
Desdobramentos
O número de mortos pelo incêndio já ultrapassa os 150 e, segundo o oficial de polícia Tsang Shuk-yin, ainda não é possível "descartar a possibilidade de mais mortos". O fogo, ao todo, atingiu sete torres de 31 andares.
Corpos foram encontrados pelos brigadistas, também, em escadarias e telhados, locais por onde os moradores tentaram fugir. Até sábado (29), ao menos 31 pessoas seguiam no hospital, sendo 11 em estado crítico e as demais em estado grave.
Doações destinadas aos sobreviventes seguem em um fluxo constante, atingindo a marca de 900 milhões de dólares de Hong Kong, cerca de R$ 900 milhões, nesta segunda-feira (1º). Homenagens às vítimas estão sendo feitas às margens de um canal próximo ao complexo, com pessoas depositando flores brancas e cartões.
Prisão por 'sedição'
Conforme noticiado pela imprensa local, a polícia prendeu um jovem de 24 anos por suspeita de sedição, ato de incitação à desobediência contra a autoridade governamental. A prisão aconteceu após uma petição online organizada pelo rapaz. Entre os pedidos, consta-se:
- Responsabilização do governo;
- Investigação independente sobre possível corrupção;
- Revisão da supervisão da construção;
- Reassentamento adequado para os moradores;
A polícia de Hong Kong não se pronunciou sobre a prisão.