Presidentes da UE sinalizam a Lula assinatura de acordo com Mercosul em janeiro

A previsão era de que o pacto comercial fosse firmado neste sábado (20), mas o adiamento ocorreu por iniciativa da França e da Itália.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 13:41)
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, posam em frente a painel com fotografia de vista do Rio de Janeiro.
Legenda: Presidente Lula e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante cumprimentos aos líderes do G20.
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Representantes da União Europeia sinalizaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a assinatura do Acordo de Parceria e do Acordo Provisório de Comércio entre o bloco econômico europeu e o Mercosul, que cria a maior zona de livre comércio do mundo, no início de janeiro de 2026. Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, enviaram uma carta ao líder do Executivo brasileiro.

Datada de 19 de dezembro, a correspondência informa que a assinatura, inicialmente prevista para este sábado (20), foi impedida devido à conclusão, ainda em curso, de procedimentos internos no Conselho da União Europeia, segundo informações de O Globo. Conforme os dirigentes europeus, essas etapas não alteram o compromisso político com o avanço do acordo.

"Gostaríamos de transmitir nosso firme compromisso em proceder com a assinatura do Acordo de Parceria e do Acordo Provisório de Comércio no início de janeiro, em um momento a ser acordado entre ambas as partes", afirmam Von der Leyen e Costa na carta enviada ao Palácio do Planalto. 

Eles também destacaram o papel do presidente brasileiro na condução das negociações. Ainda conforme O Globo, os presidentes atribuem a manutenção do "impulso e da confiança", em um momento considerado decisivo para a relação entre a União Europeia e o Mercosul, ao engajamento de Lula.

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25 anos de espera

Depois de quase 25 anos de negociação, a assinatura do pacto entre o Mercosul e a União Europeia estava marcada para este sábado (20), durante a cúpula do bloco econômico latino-americano, em Foz do Iguaçu (PR). Porém, a Itália e a França exigiram o adiamento para buscar maior proteção ao setor agrícola.

Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou que o país não vai apoiar a adoção do acordo sem a inclusão de novas salvaguardas para os agricultores franceses. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o país pode apoiar o plano, desde que as preocupações levantadas pelos agricultores italianos sejam atendidas.

Durante o evento, Lula lamentou o adiamento. O presidente afirmou que o posicionamento "histórico" da França não é novidade, mas que na última semana surgiu "um problema" com a liderança italiana.

"Não um problema firmado entre o Mercosul e a União Européia, mas de um acordo firmado entre a própria União Européia, porque a [Giorgia] Meloni dizia que a distribuição de verba para a agricultura na União Européia estava prejudicando a Itália, e ela estava com um problema com os produtores agrícolas e não poderia assinar, nesse momento, o acordo", explicou.

Além disso, Lula disse que conversou com a primeira-ministra da Itália e ela teria afirmado que, em janeiro, estará pronta para assinar o acordo. Dessa forma, a França, sozinha, não vai conseguir barrar o plano comercial.

"Se ela [Giorgia Meloni] estiver pronta para assinar e faltar só a França, segundo a Úrsula Von Der Leyen e o Antonio Costa, não haverá possibilidade de a França, sozinha, não permitir o acordo", disse o presidente.

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