O que se sabe sobre o ataque dos EUA na Síria

Não é início de uma guerra, mas é uma declaração de vingança”, declara secretário de defesa dos EUA.

Escrito por
Nathália Paula Braga* producaodiario@svm.com.br
Imagem da aeronave KC-135 Stratotanker em voo.
Legenda: Aeronave KC-135 Stratotanker decola de uma base na área de responsabilidade do Comando Central dos EUA, em apoio à Operação Hawkeye Strike.
Foto: AFP / FORÇA AÉREA DOS EUA.

As Forças Armadas dos Estados Unidos promoveram ataques em larga escala contra a Síria nessa sexta-feira (19). Os alvos foram posições atribuídas a terroristas do Estado Islâmico. Ao todo, os Estados Unidos atingiram mais de 70 alvos em diferentes localidades da região central do país.

 O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou que a ofensiva teve como objetivo eliminar combatentes, infraestrutura e depósitos de armas do Estado Islâmico.

Por meio de sua rede social, o presidente Donald Trump classificou a ofensiva como uma “represália muito séria” pela emboscada ocorrida em 13 de dezembro, na cidade de Palmira, no deserto sírio. O ataque resultou na morte de dois soldados americanos e um intérprete civil americano.

Mortes após a ofensiva

Segundo Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), ao menos cinco integrantes do Estado Islâmico foram mortos na província de Deir ez-Zor, no leste da Síria. Em declaração à Agence France-Presse (AFP), ele afirmou que entre os mortos está o líder de uma célula responsável pelo uso de drones na região.

O que se sabe sobre a operação Hawkeye Strike

A operação, batizada de Hawkeye Strike, foi lançada na sexta-feira (19), às 18h, no horário de Brasília.

O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), órgão do Departamento de Defesa dos EUA responsável pelas operações militares no Oriente Médio, informou que “a operação utilizou mais de 100 munições de precisão contra infraestruturas e depósitos conhecidos de armamentos do Estado Islâmico”.

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Segundo o comandante do Centcom, o almirante Brad Cooper, desde o ataque em Palmira, forças americanas e aliadas realizaram dez operações na Síria e no Iraque, que resultaram na morte de 23 terroristas.

O comandante afirmou ainda que os Estados Unidos “continuarão a perseguir implacavelmente os terroristas que buscam prejudicar americanos e nossos parceiros em toda a região”.

Discurso e retaliação

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou que a operação “não é o início de uma guerra, mas uma declaração de vingança”. Segundo ele, qualquer ataque contra americanos terá resposta direta.

“Se você atacar americanos, em qualquer lugar do mundo, passará o resto de sua breve e ansiosa vida sabendo que os Estados Unidos irão caçá-lo, encontrá-lo e matá-lo impiedosamente.”

Hegseth acrescentou ainda que, nesta ofensiva, os EUA “caçaram e mataram seus inimigos” e que novas ações continuarão a ser realizadas.

Em publicação em sua rede social, o presidente Donald Trump afirmou que os Estados Unidos “estão infligindo uma retaliação muito séria, exatamente como prometi, aos terroristas assassinos responsáveis”. Ele disse ainda que o governo sírio estaria “totalmente em apoio” à ação.

Relembre o ataque aos americanos 

Militantes ligados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) realizaram uma emboscada que vitimou os militares americanos e o intérprete. O ataque contra tropas americanas na Síria foi o primeiro incidente desse tipo desde a queda de Bashar al-Assad em dezembro do ano passado.

Os americanos mortos no ataque em Palmira foram identificados como os sargentos da Guarda Nacional de Iowa:

  • William Howard;
  • Edgar Torres Tovar;
  • Ayad Mansoor Sakat, civil do estado de Michigan que atuava como intérprete.

De acordo com autoridades de Washington, o atentado ocorrido em 13 de dezembro, em Palmira, foi perpetrado por um único disparo. A cidade abriga ruínas históricas reconhecidas como Patrimônio Mundial pela Unesco e já esteve sob controle de combatentes jihadistas.

*Estagiária sob supervisão do jornalista Wagner Mendes.

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