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José Maria Lucena vai tirar licença do cargo de prefeito de Limoeiro do Norte, diz vice-prefeita

Gestor é alvo de investigação do Ministério Público, que apura denúncias de que ele estaria ausente de suas funções desde o ano passado

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Foto de José Maria, prefeito de Limoeiro do Norte
Legenda: MPCE encontrou indícios que reforçam o teor das denúncias de ausência do prefeito
Foto: Reprodução / Instagram

Investigado pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) após denúncias de que estaria ausente de suas funções desde o ano passado, o prefeito de Limoeiro do Norte, José Maria Lucena (PT), irá se licenciar do cargo. 

A informação é da vice-prefeita do município do Vale do Jaguaribe, Dilmara Amaral (PDT), dada ao Diário do Nordeste nesta quarta-feira (2). De acordo com ela, o afastamento será mesmo protocolado, mas ainda não se sabe o dia exato em que isso irá acontecer.

"A gente está no aguardo da definição da data da licença e a partir daí começaremos a organização em relação à transmissão do cargo", declarou Amaral, alegando que, devido a essa indefinição, ainda não há detalhes sobre sua ida para o comando da Prefeitura.

A vice disse ainda que o afastamento não chegou a ser comunicado de maneira oficial, mas por meio de "pessoas que estão na gestão". "Não tive contato com o prefeito, até porque a gente sabe da situação de debilidade da saúde dele", alegou a política.

VÁCUO POLÍTICO

No último dia 28 de julho, uma reportagem mostrou a situação em Limoeiro do Norte e o vácuo político no que diz respeito a ocupação da cadeira de prefeito. Pessoas ouvidas disseram que Lucena estaria sendo submetido a um tratamento de saúde e, com isso, atos do Executivo estavam sendo assinados por terceiros.

As intercorrências provocaram a insatisfação de vereadores aliados, que criticam a falta de transparência e a falta de diálogo direto com o governante. Apesar disso, os políticos evitam externar o descontentamento.

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Também ouvida na ocasião, Dilmara Amaral disse que suas funções estavam esvaziadas e nem mesmo gabinete para despachar possuía. O espaço que seria reservado ao seu cargo foi retirado dela em 2021, no primeiro ano do mandato.

A fim de colher esclarecimentos do próprio gestor, o MPCE o convocou para um novo depoimento, a ser realizado na próxima terça-feira (8). O MP também realiza apurações específicas sobre os secretários do governo municipal.

Indícios como a inexistência de agendas públicas e a falta de relatos de atendimento da população ou atos praticados de forma presencial e pública foram apontados pelo órgão e reforçam o teor das denúncias.

O DN contatou a deputada estadual Juliana Lucena (PT), filha de José Maria, em busca de uma posição sobre o afastamento do seu pai. O presidente da Câmara Municipal, Darlyson Mendes (PSB), também foi procurado para esclarecer os detalhes do procedimento, que depende de comunicação ao Legislativo. Nenhuma das duas figuras públicas responderam aos questionamentos feitos até a publicação desta matéria.

 

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