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COP30: Rascunho de acordo retira menção a combustíveis fósseis e gera insatisfação

A ideia do "Mapa dos Combustíveis Fósseis" é criar metas para eliminar o uso do produto no mundo.

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Redação producaodiario@svm.com.br
Movimentação de participantes da COP30.
Legenda: Esta sexta-feira (21) é o último dia da COP30.
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil.

O secretariado da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, nesta sexta-feira (21), um novo rascunho do texto final da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). Foram incluídos no documento 59 indicadores para a Meta Global de Adaptação (GGA), mas não há menção ao fim do uso de combustíveis fósseis — o que constava em versões anteriores.

O chamado "Mapa dos Combustíveis Fósseis" tinha o objetivo de criar metas para eliminar no mundo o uso do produto — como petróleo, carvão etc. No entanto, a discussão sobre o assunto tornou-se um impasse durante a conferência em Belém, no Pará, após países produtores de petróleo e carvão pleitearem a remoção da proposta.

Segundo o g1, mais de 30 países adiantaram que não vão assinar o documento se o mapa não for incluído. Em comunicado ao governo brasileiro, Colômbia, França, Reino Unido e Alemanha, por exemplo, disseram que não podem apoiar um resultado que não inclua um "roteiro justo, ordenado e equitativo" para abolir os combustíveis fósseis.

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Repercussão do rascunho

Não mencionar o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento nos textos provisórios da COP30 revoltou especialistas climáticos. Em declaração divulgada nesta sexta-feira, os pesquisadores do Pavilhão de Ciências Planetárias afirmaram que o documento é "totalmente incoerente" com o compromisso de limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

"Apesar de um grande número de países se unir em torno de roteiros para acabar com a dependência de combustíveis fósseis e com o desmatamento — e do impulso dado pelo presidente do Brasil — as palavras 'combustíveis fósseis' estão completamente ausentes do texto mais recente. Isso é uma traição à ciência e às pessoas", escreveram.

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O comunicado foi assinado por pesquisadores como Carlos Nobre, do Painel Científico da Amazônia, Fatima Denton, da Universidade das Nações Unidas, Johan Rockström, do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático, Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo, Thelma Krug, presidente do Conselho Científico da COP30, e outros.

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