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Bolsonaro teve ‘confusão mental e alucinações’, segundo boletim médico

O ex-presidente foi encontrado em casa com a tornozeleira avariada.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 18:16)
Bolsonaro.
Legenda: Bolsonaro foi preso preventivamente no sábado (23).
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou aos seus médicos que passou por um episódio de “confusão mental e alucinação”, segundo boletim de saúde divulgado neste domingo (23). O texto consta na manifestação de defesa do detido.

Bolsonaro foi preso preventivamente, no sábado (22), por tentar romper a tornozeleira eletrônica que o monitorava durante sua detenção em casa. Ele contou, em audiência de custódia, na manhã deste domingo, que esse quadro mental que o teria motivado a ação.

Os médicos do ex-presidente, Claudio Birolini e Leandro Echenique, afirmaram que o distúrbio foi uma reação medicamentosa, motivada pela interação de um remédio prescrito por uma médica que não faz parte da equipe de cuidados de Bolsonaro.

O medicamento em questão seria a Pregabalina, um anticonvulsivante que teria reagido com os remédios de soluço do político: Clorpromazina e a Gabapentina.

“Tem como reconhecidos efeitos colaterais, a alteração do estado mental com a possibilidade de confusão mental, desorientação, coordenação anormal, sedação, transtorno de equilíbrio, alucinações e transtornos cognitivos”, afirmaram os médicos no boletim.

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Além da Pregabalina, Bolsonaro também teria tomado Sertralina, ambos usados para tratamentos psiquiátricos. O primeiro é um anticonvulsivo recomendado para tratar ansiedade, enquanto o segundo é um antidepressivo.

Segundo Bolsonaro, os medicamentos foram receitados por médicos diferentes, o que teria acarretado uma interação inadequada. O ex-presidente comentou ter passado a tomar um deles há cerca de quatro dias antes da prisão, realizada no sábado (22). 

Conforme consta na ata da audiência de custódia de Bolsonaro, “o depoente afirmou que estava com “alucinação” de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa. 

Bolsonaro também disse ter o sono “picado” e, sem dormir direito, resolveu, por volta da meia-noite, “com um ferro de soldar, mexer na tornozeleira, pois tem curso de operação desse tipo de equipamento”.

Anteriormente, quando questionado sobre a avaria na tornozeleira eletrônica, durante vídeo filmado na chegada à Superintendência da Polícia Federal, o ex-presidente chegou a responder que a ação foi motivada por "curiosidade".

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