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Aposta de Bolsonaro, partido Aliança pelo Brasil vira expectativa para 2024 entre aliados no Ceará

Anunciado em novembro de 2019, foram coletadas menos de um terço das assinaturas necessárias para a criação do Aliança pelo Brasil

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Aliança pelo Brasil
Legenda: O Aliança pelo Brasil ainda precisa coletar mais de 300 mil assinaturas para conseguir a formalização como partido no TSE
Foto: Thiago Gadelha

Dois anos se passaram desde o anúncio do Aliança pelo Brasil, partido que abrigaria os dissidentes do racha no PSL - incluindo o próprio presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). Contudo, restando menos de um ano para as eleições de 2022, é pouco provável a participação da legenda, que conta com 156 mil assinaturas validadas - o equivalente a menos de um terço do necessário para criação de um novo partido. 

No Ceará, aliados do presidente Bolsonaro que participaram da mobilização para coletas de assinatura no Estado, ainda apostam na criação da legenda, mas apontam que o Aliança pelo Brasil deve estar presente nas eleições apenas em 2024. 

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O próprio presidente afirmou que a chance de formar o novo partido é "zero". Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, no início de outubro, ele foi questionado sobre esta possibilidade, mas logo descartou. 

"Esquece, é impossível. Zero chance de se formar o Aliança. (...) O que é possível, a gente tenta fazer aqui. O que é impossível, deixa para Deus", ressaltou.
Jair Bolsonaro
Presidente

Por enquanto, aliados aguardam a decisão de Bolsonaro sobre qual será o partido que irá abrigá-lo para a disputa pela reeleição no ano que vem. Com a questão quase fechada sobre a ida do presidente para o PL, impasses em diretórios estaduais adiaram a filiação - anteriormente marcada para a próxima segunda-feira (22).

Assinaturas ainda insuficientes

Bolsonaro no lançamento do Aliança pelo Brasil
Legenda: Aliança pelo Brasil foi idealizado após racha interno do PSL, tendo o presidente Jair Bolsonaro como principal liderança
Foto: Reprodução/Youtube

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram contabilizadas 156.174 assinaturas até o dia 16 de novembro. O número equivale a menos de um terço do necessário para a criação de um novo partido - segundo as regras eleitorais, é preciso que sejam coletadas, pelo menos, 492 mil. 

O Ceará, no entanto, ultrapassou a meta estabelecida. "Aqui, nós já fizemos a nossa cota, (valor) que foi feito para vários estados, e já enviamos para o TSE", explica o vereador Inspetor Alberto (Pros), um dos que participou da mobilização para criação do partido.  

O Estado recebeu, ainda em janeiro de 2020, o primeiro evento nacional para coleta de assinaturas do Aliança pelo Brasil. Na data, foram registradas 1.572 adesões - mais de um quinto da meta estabelecida para o Ceará, de 5,2 mil assinaturas. Atualmente, segundo dados do TSE, foram 5.386 assinaturas vindas do Ceará. 

O deputado estadual Delegado Cavalcante (PTB) aponta que, considerando os números, é improvável que o partido esteja pronto para participar das eleições no ano que vem. "Mas é imprevisível, porque são vários estados trabalhando. Talvez não fique pronto para 2022, mas talvez fique para 2024", ressalta.

Pela lei, um partido precisa ser criado até seis meses antes do pleito para disputar uma eleição. Com isso, o Aliança tem apenas até o final de março do ano que vem para se viabilizar para as próximas eleições, agendadas para o dia 2 de outubro.

Problemas para validação

Inspetor Alberto completa que estão sendo feitos levantamentos em todos os estados para saber quais ainda não cumpriram a meta. A demora, segundo ele, se deve a alguns problemas para validação das assinaturas pela Justiça Eleitoral

"Tinha várias situações, como não poder estar filiado (a outro partido), então o TSE começou a barrar", lembra. Cavalcante afirma ainda que a "burocracia é muito grande" para o registro destes apoios, já que o "cartório tem que verificar cada assinatura, ficha por ficha". 

Apesar das dificuldades, bolsonaristas ainda acreditam na criação do partido - que tem como propostas ser uma legenda "sob a bandeira do conservadorismo" e primar pela "coragem e patriotismo", conforme a própria descrição no site do Aliança pelo Brasil. 

"É o partido ideal, de iniciativa do próprio Bolsonaro", ressalta Delegado Cavalcante. Portanto, quando for formalizado, os bolsonaristas devem passar a integrar os quadros do Aliança pelo Brasil. 

"A intenção do presidente é ficar no Aliança. O partido está sendo criado para ser 100% dele, conservador e feito pelos políticos que são aliados a ele. A nossa intenção, desde o começo, é ficar no Aliança", garante. 
Inspetor Alberto
Vereador de Fortaleza

Articulações para 2022

Enquanto o Aliança pelo Brasil não é formalizado, o presidente Bolsonaro está na busca por um partido para tentar a reeleição para o Palácio do Planalto. Com o martelo quase batido sobre a filiação ao PL - que chegou a ser agendada para o dia 22 de novembro -, impasses levaram ao adiamento. 

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Nota do partido informou que a decisão ocorreu após "intensa troca de mensagens" do chefe do Executivo com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto. Entre as questões que estão travando a entrada do presidente na legenda, estão divergências com diretórios estaduais.

No Ceará, ainda há impasses, já que o PL abriga tanto aliados de Bolsonaro como do governador Camilo Santana (PT). 

Esta não é a única legenda com a qual Bolsonaro vem dialogando. O PTB e PRTB, por exemplo, formalizaram convite ao presidente para filiação. Patriotas e PP também iniciaram diálogos de olho na disputa presidencial do próximo ano. Por enquanto, porém, nenhuma decisão foi tomada. 

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