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Após ameaças a Moraes, Itamaraty convoca encarregado de negócios dos EUA nesta sexta-feira (8)

Ministério das Relações Exteriores expressou indignação com as recentes postagens da embaixada dos Estados Unidos

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(Atualizado às 14:28)
Foto do STF Alexandre de Moraes para matéria onde ministro alerta bancos sobre punição caso acatem sanções dos EUA
Legenda: O ministro Alexandre de Moraes sofreu sanções dos Estados Unidos
Foto: Antonio Augusto / STF

O Itamaraty expressou, nesta sexta-feira (8), sua "profunda indignação" à embaixada dos Estados Unidos por uma publicação nas redes contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, encarregado do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Ministério das Relações Exteriores convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, depois que sua representação publicou na rede social X que Washington está "monitorando de perto a situação" do ministro, "arquiteto da censura e perseguição" a Bolsonaro.

Segundo o jornal O Globo, Escobar foi recebido pelo embaixador Flavio Goldman, que ocupa interinamente a secretaria de Europa e América do Norte. Conforme interlocutores, Goldman teria manifestado a indignação do governo brasileiro com o tom e com o conteúdo das postagens recentes do Departamento de Estado e da embaixada.

Desde o início da crise entre Brasil e EUA, causada pelo tarifaço promovido pelo presidente americano, Donald Trump, esta é a quarta ida do encarregado ao Itamaraty. 

Gabriel Escobar representa o governo dos EUA no Brasil na ausência de embaixador. Desde que assumiu o segundo mandato, o presidente Donald Trump não nomeou um representante no País.

Na quinta-feira (7), ele esteve reunido com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, um dia após entrar em vigor a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Detalhes da reunião não foram divulgados. O Mdic apenas informou que o encontro tratou das relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos.

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Plano de contingência apresentado para Lula

Também na quinta, Alckmin revelou ter apresentado um plano de contingência para Lula, que será divulgado até terça-feira (12), com o objetivo de socorrer os setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos. "Ele (plano) foi apresentado ao presidente Lula, terminou ontem tarde da noite o trabalho. O presidente vai bater o martelo e aí vai ser anunciado. Se não for amanhã, provavelmente na segunda ou terça-feira", afirmou. 

"(O plano de contingência) é exatamente para poder atender aquelas empresas que foram mais afetadas, que têm uma exportação maior e uma exportação menor para os Estados Unidos".
Geraldo Alckmin
Vice-presidente

Segundo Alckmin, será colocada uma "régua", pois há setores em que 90% da produção vão para o mercado interno, com exportação de 5%, no máximo 10%, enquanto em outros setores metade da produção é destinada à exportação. "Tem setores que, do que exporta, mais da metade é para os Estados Unidos. Então foram muito expostos, estão muito expostos", exemplificou.

Alckmin também citou como exemplo o setor de pescado, explicando que, no caso da tilápia, o maior consumo é interno. Já o atum tem a maior parte da produção destinada à exportação. "Às vezes dentro de um próprio setor, você tem uma diferenciação de quem exporta mais e menos", argumentou.

 

 

 

 

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