PF pediu prisão preventiva de Bolsonaro, mas Moraes recusou e optou pelo uso da tornozeleira
A divergência do pedido da PF com o que foi determinado veio após Moraes pedir um parecer do procurador-geral da República
A solicitação inicial da Policial Federal (PF) era de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não usasse tornozeleira eletrônica, mas, sim, fosse preso preventivamente, na operação do dia 18 de julho. A decisão moderada de monitoramento foi uma escolha do ministro Alexandre de Moraes, revelou o jornal O Estado de S. Paulo, nesta quinta-feira (7).
De acordo com a apuração, a representação solicitava que o político não tivesse direito a aplicação do equipamento ou cumprisse a detenção em regime domiciliar. A divergência do pedido da PF com o que foi determinado veio após Moraes pedir um parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Gonet teria considerado que a prisão preventiva de Bolsonaro seria uma medida drástica, solicitando então a medida que foi determinada e deflagrada pela PF.
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RELEMBRE
Após ser alvo de operação da Polícia Federal (PF), no dia 18 de julho, Bolsonaro teve que utilizar tornozeleira eletrônica, além de ficar recolhido em casa durante a noite e os fins de semana.
Na época, o ex-presidente também foi impedido de acessar as redes sociais e manter contato com o filho, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, outros investigados pelo Supremo, embaixadores e diplomatas estrangeiros.
PRISÃO DOMICILIAR
Já na segunda-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro. A decisão, considerou que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares impostas.
Na determinação, o ministro detalhou que Bolsonaro veiculou conteúdo nas redes sociais dos filhos. “Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro”, escreveu.
Com o uso das redes sociais de aliados, Moraes afirmou que Bolsonaro utilizou as redes sociais para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
Além do mandado de prisão domiciliar, a Polícia Federal também cumpriu o mandado de busca e apreensão de aparelhos celulares.