Produção industrial do CE cresce 6,1%, a terceira maior alta do País

Resultado de outubro, positivo pelo quarto mês consecutivo, consolida a tendência de recuperação do setor no Estado. Atividades do segmento têxtil e de couro e calçados puxaram a alta em comparação com o ano passado

Escrito por Redação ,
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Legenda: Produção da indústria têxtil cearense avançou 19,5% em outubro comparado a igual mês do ano passado

Impulsionada pelos setores têxtil e de couro e calçados, a produção industrial do Ceará cresceu pelo quarto mês consecutivo e apresentou alta de 6,1% em outubro em comparação com igual mês do ano passado, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação é a terceira maior do País no período e consolida a retomada de aceleração do setor.

O gerente do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale, lembra que no início da pandemia o segmento sofreu com as medidas restritivas mais rigorosas aplicadas pelo Executivo cearense. "O Ceará foi um dos estados com maior impacto na produção industrial. Esse resultado de outubro não leva em consideração a baixa base de comparação. A indústria cearense se recuperou positivamente, o que cria um ambiente animado de recuperação mais intensa", diz.

Ele aponta que esse crescimento poderia ser ainda mais expressivo caso algumas atividades não mais enfrentassem a escassez de matéria-prima. "A falta de insumos tem atrapalhado a indústria de conseguir atender à demanda, que puxaria um crescimento ainda superior ao registrado", ressalta Muchale.

Demanda

O gerente do Observatório ainda detalha que a demanda reprimida ao longo dos meses em que a indústria permaneceu fechada é o principal motivo que tem movimentado o setor. Segundo ele, o impacto do auxílio emergencial potencializou esse efeito.

"O Ceará foi um dos cinco estados com maior impacto do auxílio emergencial no PIB. Ele cria uma melhora de renda temporária que impacta principalmente nos setores essenciais, o que acaba gerando esse impacto positivo. Obviamente, não é algo perene, mas ajuda na recuperação mais rápida, caindo em um ciclo positivo", explica.

Segundo o IBGE, a fabricação de alimentos apresenta alta de 13,7% no acumulado do ano. Muchale aponta que essa foi uma das atividades que não sofreu com a pandemia, e a mudança nos hábitos de consumo, mas que apenas se fortaleceu. Ao contrário do setor têxtil e de couro e calçados, que iniciam a recuperação da produção e apresentaram as maiores variações do Estado em outubro ante igual mês do ano passado: 19,5% e 12,8%, respectivamente.

"Esses setores estão em recuperação. Pelo fato de haver um aquecimento significativo com a demanda reprimida e os estoques estarem baixos, estão produzindo em nível superior ao ano passado. Ainda apresentam queda intensa no acumulado do ano, algo na casa dos 20%, mas pelo fato de terem ficado três meses sem produzir. Agora, estão em crescimento intenso".

Petróleo

Outra atividade que chama atenção pelo bom desempenho é a de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com alta de 33,8% em outubro. Muchale esclarece que, por haver poucas empresas de grande e médio porte no segmento, requer uma análise diferente. Ele pontua que a produção de asfalto pode ter sido impulsionada pelas eleições municipais, enquanto a alta do setor de óleos lubrificantes e combustíveis se justificaria por uma possível parada de manutenção das plantas industriais no ano passado.

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