Potencial de consumo no Ceará cresce em 2021 e chega a R$ 142 bi; confira ranking de cidades

Projeção é de R$ 142,5 bilhões injetados na economia por meio do consumo no Estado. Cifra foi catapultada pelas perspetivas com o avanço da vacinação

Escrito por Ingrid Coelho , ingrid.coelho@svm.com.br
Legenda: Maior parte do potencial de consumo do Ceará está concentrado em área urbana
Foto: Antônio Rodrigues

Após retroceder ao patamar de oito anos atrás em 2020, o volume que deve ser empenhado no consumo pelos cearenses voltou a crescer em 2021 diante das perspectivas de avanço da vacinação.

De acordo com o levantamento IPC Maps 2021, da IPC Marketing Editora, a cifra para este ano foi estimada em R$ 142,5 bilhões - R$ 7 bilhões a mais em relação ao potencial de consumo observado no ano passado (R$ 135,5 bilhões).

Apesar do crescimento, o estudo mostra que o consumo nos estados da região Nordeste foi mais duramente penalizado pelos efeitos da pandemia de Covid-19. A Região, que até o ano passado ocupava o segundo lugar do País (atrás do Sudeste) em fatia de consumo, perde espaço em 2021 para a região Sul, que passa a ter 18,2% do consumo, enquanto o Nordeste fica com 17,5%.

Cidades cearenses com o maior potencial de consumo em 2021:

  • Fortaleza: R$ 64,4 bilhões
  • Caucaia: R$ 5,3 bilhões
  • Juazeiro do Norte: R$ 4,1 bilhões
  • Maracanaú: R$ 3,6 bilhões
  • Sobral: R$ 3,2 bilhões
  • Crato: R$ 2,1 bilhões
  • Iguatu: R$ 1,6 bilhão
  • Maranguape: R$ 1,5 bilhão
  • Itapipoca: R$ 1,3 bilhão
  • Aquiraz: R$ 1,1 bilhão

Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing e responsável pelo estudo, lembra que o Nordeste ultrapassou o Sul em 2008, "momento de incentivo aos programas sociais, atraindo várias empresas para os estados nordestinos e catapultando o emprego e o consumo".

"Vários negócios que não viam o Nordeste como um consumidor em potencial iniciaram uma corrida para se instalarem na Região, então houve uma demanda forte nesse sentido", explica.

Perfil de consumo

Com o avanço do coronavírus e o Nordeste pautado em uma economia fortemente voltada para o setor de serviços, um dos mais afetados negativamente pela doença, a Região acabou sendo prejudicada.

“O perfil do Nordeste é bem diferente do Sul, é mais focado no setor de serviços, enquanto o Sul é mais voltado para o agronegócio”, destaca.

Ele reforça, porém, que o Nordeste possui um volume bem maior de habitantes, o que pode contribuir para que a Região volte a ultrapassar o Sul nos próximos anos. Pazzini pondera que tudo vai depender dos resquícios da pandemia nos hábitos da população.

“A nossa vida após a pandemia não volta a ser como era antes, então não sabemos até que ponto isso vai prejudicar ou beneficiar as duas regiões”
Marcos Pazzini
Sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo IPC Maps

Dos R$ 142,5 bilhões projetados em consumo para o Estado do Ceará, a população urbana responde pela maior fatia: R$ 126,6 bilhões, enquanto a população rural corresponde a apenas R$ 15,9 bilhões.

Os valores também estão concentrados nas camadas sociais B e C, com 62,3% do potencial de consumo do Ceará em 2021. De acordo com o estudo, a classe C responde por R$ 48,1 bilhões em potencial de consumo e a classe B corresponde a R$ 40,8 bilhões. Em seguida no ranking aparecem as classes D e E, somando R$ 26,9 bilhões; e a classe A tem potencial de consumir R$ 10,6 bilhões este ano.

Legenda: Classes B e C concentram a maior parte do potencial de consumo, com 62,3%. Em seguida aparecem as classes D e E e a classe A
Foto: Natinho Rodrigues

Marcos Pazzini também observa que houve, na região Nordeste, um movimento de migração de parte da classe C1 para a classe D com os impactos do Covid-19. “Esse cenário de migração social negativa para estratos mais abaixo é o que fez com que o Nordeste como um todo perdesse a vice-liderança em consumo”, detalha.

Empresas

O crescimento do potencial de consumo cearense está atrelado a outro dado positivo: o número de empresas abertas cresceu entre o estudo de 2020, que apontava 599,2 mil negócios em atividade, e o estudo de 2021, que revela a atuação de 653,4 mil empresas no mercado local.

“Houve um crescimento significativo no número de empresas. Nesse conjunto de unidades empresariais há muitas microempresas e muitos microempreendedores individuais, muitas vezes é aquela pessoa que perdeu o emprego na pandemia. A abertura de quase 55 mil negócios com destaque para o setor de Serviços não deixa de ser um cenário positivo”, frisa o responsável pelo IPC Maps.

Segmentos

Por categoria, o potencial de consumo no Ceará é maior no segmento Habitação, com R$ 29,2 bilhões; seguido por Outras Despesas (R$ 21,1 bilhões) e Alimentação no Domicílio, com R$ 15,8 bilhões. O potencial de consumo com veículo próprio aparece na quarta posição, com R$ 13,2 bilhões.

Fortaleza

A capital cearense concentra R$ 64,4 bilhões do potencial de consumo para o Ceará em 2021, sendo a maior parte também nas classes B e C, que correspondem a R$ 24,4 bilhões e R$ 23,2 bilhões, respectivamente. A junção das classes D e E respondem por R$ 9,4 bilhões e a classe A corresponde a R$ 7,2 bilhões.

A capital cearense ocupa o sétimo lugar no ranking nacional de potencial de consumo entre as cidades brasileiras. Aparecem ainda entre as 200 cidades com o maior potencial de consumo do Brasil o município de Caucaia, na posição 147, com R$ 5,3 bilhões; e Juazeiro do Norte, na posição 188, com R$ 4,1 bilhões.

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