Parque solar no Vale do Jaguaribe vai produzir energia para suprir 290 mil casas
Empreendimento deve ocupar área de 460 hectares, com mais de 390 mil módulos fotovoltaicos instalados

A cidade de Jaguaruana, na região do Vale do Jaguaribe, no Ceará, deve receber um novo empreendimento de produção de energia solar. O empreendimento receberá investimento de R$ 800 milhões e produzirá, anualmente, energia para abastecer 290 mil casas.
O Complexo Fotovoltaico Arapuá será instalado pela empresa pernambucana Kroma Energia, que desenvolveu outras plantas fotovoltaicas em território cearense. O projeto é idealizado em sociedade com a Goener, outra empresa do ramo de energia renovável.
Já a construção será desenvolvida em parceria com a WEG. As obras iniciam em fevereiro e a expectativa é de que o complexo entre em operação no primeiro trimestre de 2026, com capacidade instalada de 250 megawatts-pico.
As obras do complexo devem gerar entre 800 e mil empregos diretos e indiretos para a região. A previsão inicial de investimento no complexo chegaria a R$ 2 bilhões, mas a empresa optou por reduzir o aporte e a capacidade instalada do projeto.
Esse é o maior projeto da Kroma no Ceará. A usina ocupará área de 460 hectares e terá mais de 390 mil módulos fotovoltaicos instalados.
A Kroma tem negociações em andamento com diversas empresas cearenses, que devem contratar toda a energia produzida pela empresa, afirma Rodrigo Mello, CEO da empresa.
“A energia vai ser toda consumida no Ceará mesmo, e a gente fica muito feliz com isso. Há negociações com empresas eletrointensivas, de saneamento, comércio, diversas áreas”, explica.
O executivo destaca que o Ceará é um dos estados com maior interesse de instalação da empresa, já que há uma facilidade de conexão e grande potencial de geração de energia solar.
A empresa estuda ampliar sua operação no Estado, mas não há planos concretos divulgados. A Kroma desenvolveu o Complexo Apodi, em Quixeré, e a Usina Fotovoltaica Beberibe.
FOCO EM ENERGIA COMPETITIVA
Além da produção de energia a partir do sol, a Kroma estuda utilizar o complexo de Jaguaruana para produção de 'geradores a bateria', chamados de Bess.
Rodrigo Mello destaca o foco da empresa em produzir energia renovável cada vez mais competitiva, acompanhando o movimento de transição energética. Entre os novos mercados prospectados pela Kroma está o de data centers, de mineração de criptomoedas e de hidrogênio verde.
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“A gente analisa 'de trás para frente', para primeiro sabemos quem vai comprar a energia e qual a demanda disso para poder desenvolver no projeto. A gente está focando nos mercados mais fáceis de progredir. O do hidrogênio verde ainda tem alguns desafios a ser superados”, afirma.
Com mais de quinze anos no mercado, a Kroma tem em seu portfólio mais de 5,7 GW em projetos de geração de energia eólica. Além do Ceará, há usinas em operação em Pernambuco (nos municípios de Bezerros e Flores) e outras cinco usinas em desenvolvimento.