Kroma Energia reduz mais de R$ 1 bilhão em investimentos previstos para complexo solar em Jaguaruana

Empresa já desenvolveu dois projetos relacionados à energia fotovoltaica no Estado; mudanças se devem ao desenvolvimento de novas tecnologias que trazem maior eficiência elétrica, segundo a Kroma

Escrito por Luciano Rodrigues , luciano.rodrigues@svm.com.br
Parque solar Kroma
Legenda: Parque solar da Kroma Energia, mesmo com tamanho reduzido, ainda será o maior da empresa
Foto: Kroma/Divulgação

Os planos da Kroma Energia, empresa comercializadora de energia com sede no Nordeste, para o maior complexo solar da companhia a ser instalado em Jaguaruana, no Vale do Jaguaribe cearense, foram reduzidos.

Agora, a usina fotovoltaica terá capacidade de 250 megawatts (MW) de potência, metade da previsão inicial. Os investimentos também foram recalculados, caindo em 60%: de R$ 2 bilhões para cerca de R$ 800 milhões.

As informações foram repassadas por Filipe Souza, gerente de desenvolvimento da empresa, durante a Intersolar Summit Brasil Nordeste. Apesar da revisão, em potência instalada, o Complexo Arapuá, localizado em Jaguaruana, quando estiver pronto, será o maior da Kroma Energia.

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A gente teve que rever alguns benefícios da redução do custo do investimento. Isso faz com que a perspectiva do montante financeiro que a gente vai ter que aportar seja menor. Tem também o aspecto das incertezas, e a gente reduziu o tamanho do projeto. O projeto que a gente estava falando ali de 500 MW, hoje a gente fala de um projeto de metade, 250 MW. Se a gente fosse falar de investimento estimado, a gente está falando de em torno de R$ 800 milhões.
Filipe Souza
Gerente de desenvolvimento de projetos da Kroma Energia

No fim de 2022, a empresa anunciou que o Complexo Arapuá teria capacidade instalada de 500 MW e seria concluído em duas fases. O início das obras estava previsto para o segundo semestre do ano passado, e a entrega da primeira fase, que teria potência de 250 MW, aconteceria em janeiro de 2026.

O cronograma de obras e geração de empregos, 1.500 ao todo, também foi revisto, mas ainda não há informações sobre o novo montante de postos de trabalho que serão criados. De acordo com Filipe Souza, a mudança no projeto ocorre devido à falta de autorizações para o complexo fotovoltaico.

"O início de construção está previsto para o começo do segundo semestre. Esse projeto de geração centralizada tem um período de desenvolvimento um pouco mais extenso do que a gente gostaria, mas a gente tem que obter todas as autorizações necessárias para poder estar viabilizando o projeto. A gente tem a expectativa de mobilização para início de construção, no segundo semestre, para que esse projeto possa iniciar e injetar a energia elétrica em janeiro de 2026", afirmou.

De acordo com a Kroma Energia, além das questões relacionadas à documentação, a geração solar de eletricidade está mais eficiente, demandando menos custos para a produção e mais aproveitamento dos componentes fotovoltaicos.

Usinas solares no Ceará

No Ceará, a Kroma conta com três projetos de parques fotovoltaicos ou em operação, ou em desenvolvimento. O Complexo Arapuá é o único deles no Estado que ainda não teve a construção iniciada, e quando estiver pronto, será o maior da empresa em potência instalada.

O Complexo Apodi, em Quixeré, também no Vale do Jaguaribe, foi o primeiro a ser entregue, em novembro de 2018. Segundo Filipe Souza, a empresa desenvolveu e implementou o projeto, mas vendeu sua participação no empreendimento no fim de 2021. A capacidade instalada do parque solar é de 162,2 MW.

Já no Litoral Leste do Estado está a Usina Fotovoltaica Beberibe, em operação desde outubro de 2023. Com 3,2 MW de capacidade instalada, trata-se de um projeto com potencial menor de produção energética, mas importante para suprir demandas pontuais da região, como argumenta o gerente de desenvolvimento de projetos.

Parque solar Kroma 1
Legenda: Usina fotovoltaica da Kroma Energia em Beberibe
Foto: Kroma/Divulgação

Além disso, Filipe Souza enxerga a autoprodução de energia solar, como é também a geração de energia a partir de um conjunto pequeno de placas fotovoltaicas, como importante para fomentar o mercado.

"Outra possibilidade que tem é, no mercado regulado, trabalhar com as mini-usinas. Tem espaço para os dois, não quero brigar com quem pode gerar sua própria energia, pelo contrário, é algo muito bom para o sistema, para o proprietário que tem aquela possibilidade, mas a gente pensa principalmente naquele consumidor que não tem condições de gerar sua própria energia, seja por não querer ou por não ter área disponível", explicou.

Perspectivas de futuro

Os projetos em desenvolvimento no Ceará fazem parte de um conjunto de empreendimentos da Kroma Energia, que tem Pernambuco, onde fica a sede da empresa, como principal destino dos parques solares. 

Filipe Souza finalizou projetando novos investimentos em parques solares no Ceará, a exemplo do Complexo Arapuá e da usina fotovoltaica em Beberibe, que dependem de uma série de fatores relacionados ao mercado energético.

O Ceará é um local que a gente gosta muito de fazer projetos. A gente vê um suporte muito grande governamental para que a gente possa realmente estar destravando, viabilizando esses projetos. O Arapuá está em estágio mais maduro de desenvolvimento, mas a gente vai acompanhando, se for resolvido essas questões como a conexão, capacidade de injetar na rede, se os preços de energia e os equipamentos ajudarem, a gente pretende sim trazer novos projetos.
Filipe Souza
Gerente de desenvolvimento de projetos da Kroma Energia

 

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