Lojas do Centro de Fortaleza amanhecem esvaziadas em dia de Black Friday

Enquanto isso, há lotação para renegociação de dívidas no Ferião Limpa Nome do Serasa

Escrito por Redação ,
Fachada das Americanas
Legenda: Conhecida pelas lotações e confusões durante esse período, as lojas Americanas tiveram movimentação moderada nesta manhã
Foto: Fabiane de Paula / SVM

O primeiro dia oficial da Black Friday começou com lojas quase vazias, na manhã desta sexta-feira (26), no Centro de Fortaleza. Em contraste a essa economia arrefecida, houve extensas filas para o “Feirão Limpa Nome” do Serasa. 

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No início da manhã, observava-se movimentação moderada e vendedores nas portas à espera de clientes. Nas lojas Americanas, ponto lotações nos últimos anos, havia poucos consumidores. 

Os que foram buscaram promoções de produtos de higiene, roupas e calçados. Foi o caso do servente José Maurício.“Vim comprar xampu, desodorante e ver o que tem na promoção”, listou.

Para o vendedor Vinícius Bilro, de 23 anos,“a movimentação estava parada”, mas havia expectativa de melhora “no horário do almoço”. 

Prala do Ferreira
Legenda: Consumidores lotaram a Praça do Ferreira
Foto: Fabiane de Paula / SVM

A avaliação é de que também houve um esvaziamento das lojas em razão das vendas online e compras antecipadas.  

O dono de uma loja de calçados no Centro aponta que o volume de vendas deve crescer 80% nesta sexta e sábado com as ofertas. 

"Passamos a semana toda se preparando pra essa data, a expectativa é bem positiva pra essa sexta e sábado, colocamos a menor margem possível pra dar o melhor desconto pro cliente, tem desconto de até 90%", diz. 

Artigos de higiene

As ofertas dos artigos de higiene lideram na procura dos consumidores. A pensionista Sônia Oliveira conta que todo ano aproveita as promoções desta época para fazer estoques. 

"Viemos aproveitar as orfetas, shampoo, absorvente, desodorante, chocolate. Todos os anos estamos aqui. Comprando pra fazer estoque. Ainda vamos comprar utilidades de casa". 

Já Heloísa Nogueira, agente financeira, aproveitou para comprar eletrodomésticos. "Comprei uma televisão e ainda quero comprar outras coisas, fogão, produtos portáteis, mas vai depender dos preços, estamos pesquisando", afirma.

Legenda: Consumidores aproveitam ofertas em artigos de higiene
Foto: Fabiane de Paula

A gerente de Marketing do North Shopping Fortaleza, Lia Carvalho, explica que, para esta Black Friday, o shopping está disponibilizando cupons de desconto no aplicativo a serem resgatados pelo cliente. Conforme ela, a expectativa é positiva para este fim de semana. 

"Algumas operções já começaram o esquenta com alguns produtos em promoção desde o início da semana, alguns artigos de vestuário e calçados. A parte de eletrodomésticos vai ter maiores descontos hoje e se estendem até domingo", destaca. 

Limpa nome

Perto dali, na Praça do Ferreira, houve lotação para renegociar as dívidas. A dona de casa Fátima Santos estava na fila desde às 6h30. Ela conta que, além da renegociação, pretende pesquisar para avaliar algumas promoções da Black Friday. 

“Mas o que eu quero mesmo é limpar meu nome”, frisou. 

Já o tatuador Anderson da Silva disse que a situação não é favorável para o consumo neste fim de ano. 

"Só vim quitar a dívida. Está difícil para quem não trabalha e também para quem trabalha. Tem o salário, mas vai no 'mercantil 'e as coisas estão com preço lá em cima, além disso tem água e luz. Tudo só agrega a dificuldade", calculou.  

Fila na Praça do Ferreira
Legenda: Na Praça do Ferreira, consumidores enfrentaram longa fila para renegociar as dívidas
Foto: Fabiane de Paula / SVM

Pano de fundo 

A pandemia agravou a miséria no mundo. No País, o desemprego disparou e mais de 8 milhões de pessoas ficaram sem renda, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve ainda a perda e corrosão da renda dos brasileiros com a inflação.

Além da redução do poder de compra, isso se refletiu, também, no número de endividados.  

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias chegou a 74,6% em outubro último. 

 
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