Lockdown: sem reservas, situação do comércio cearense é ainda mais grave que em 2020

O presidente da FCDL-CE, Freitas Cordeiro, revela que medida já era esperada, mas que requer ações para garantir sustentação das empresas

Escrito por Carolina Mesquita , carolina.mesquita@svm.com.br
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Legenda: Fecomércio-CE está confiante na reabertura do setor no próximo dia 5 de abril, após o fim do decreto de isolamento que está em vigor
Foto: Arquivo

O novo lockdown decretado em Fortaleza a partir desta sexta-feira (5) deve gerar um cenário ainda mais desafiador para os empresários do comércio, que depois de um ano de pandemia não possuem mais reservas financeiras para arcar com os gastos fixos. Mas apesar das dificuldades, o setor já previa o isolamento social rígido.

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE), Freitas Cordeiro, lamenta que os índices de contaminação exijam a volta do fechamento total. "É triste. É tudo que a gente não queria. O Governo não pode ser omisso, os números estão aí, mas é preciso medidas que deem sobrevida também às empresas", afirma.

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Ele lembra que os negócios já vem enfrentando a crise causada pela covid-19 há quase um ano e que dificilmente restaram reservas financeiras para garantir o pagamento das despesas fixas, entre elas, o salário dos funcionários.

"A exemplo do que fiz na época do primeiro lockdown, não sou contra a preservação da vida, mas precisamos nos preocupar com as empresas. Precisamos de maneiras, condições, de sustentação dos negócios", ressalta Cordeiro.

 

Medidas de apoio

Em 2020, os lojistas puderam se beneficiar de medidas emergenciais, como a redução de jornada e de salário e a suspensão dos contratos de trabalho, além de linhas de crédito especiais, recursos que deram uma sobrevida ao setor. "Eu sempre disse que comemoro, mas que não tem nada resolvido. Eram resultados construídos em cima de medidas emergenciais", argumenta.

O presidente da FCDL-CE ainda pontua que a contaminação não ocorre dentro das lojas, mas nas aglomerações que são observadas em espaços públicos, como praças e praias, e em locais privados, a exemplo de condomínios e festas clandestinas em casa.

"O Governo tem um gargalo difícil de resolver que é o transporte público. Se o lockdown e o toque de recolher afastar as pessoas, é um freio nos índices de saúde. É um preço caro a se pagar, mas necessário", avalia.

Cordeiro ainda se compromete, como presidente de entidade representativa do comércio cearense, a tentar acalmar os ânimos mais exaltados com a decisão e a informar a população da necessidade de continuar com os cuidados sanitários.

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