Isenção de imposto para PCD pode abranger carros de até R$ 140 mil; falta sanção

Presidente Jair Bolsonaro tem até o dia 14 de julho para sancionar a MP ou o texto perde validade

Escrito por Redação ,
PCD
Legenda: Desde 2008, o governo brasileiro possibilita descontos, com limite de 30%, pelos veículos de até R$ 70 mil para PCDs e seus familiares
Foto: Camila Lima

A Medida Provisória 1.034/2021 que pretende elevar o valor das isenções de impostos em carros para pessoas com deficiência (PCD) aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro.  

Desde 2008, o governo brasileiro possibilita descontos, com limite de 30%, pelos veículos de até R$ 70 mil para PCDs e seus familiares. 

O problema é que, de 2008 até hoje, o teto do benefício não foi modificado e a inflação avançou 101%. Dessa forma, R$ 70 mil em 2008 valiam o mesmo que R$ 140.768 atualmente. 

Em março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro publicou uma medida provisória que limita a isenção de IPI ao teto de R$ 70 mil, o que já acontecia com o ICMS. No entanto, o Congresso modificou o documento e aumentou o teto da isenção de IPI para R$ 140 mil. 

Agora, o presidente Jair Bolsonaro tem até o dia 14 de julho para sancionar a MP. Se não o fizer, o texto perde validade e o teto de R$ 70 mil continua em vigor apenas para o ICMS. 

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Em 2020, foram vendidos 238 mil veículos destinados a PCDs. Houve crescimento de 40% na comparação com o volume de 2019. 

Quem tem direito? 

Em julho de 2020, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), definiu que apenas patologias consideradas moderadas ou graves seriam aceitas para isentar motoristas do pagamento de impostos na compra de veículos.  

Vale ressaltar que os responsáveis pelo deslocamento de quem tem a deficiência também podem receber o benefício.  

Veja a lista das patologias que levam à isenção de impostos 

Ausência ou má formação de membro 

Nanismo, mastectomia, amputação e encurtamento de membros 

Doença que afeta braços e ombros 

Túnel do carpo, bursites, tendinite e manguito do rotador 

Doença neurológica ou degenerativa 

Mal de Parkinson, síndrome de Down, AVC, paralisia cerebral, AVE, esclerose múltipla, usuário de talidomida e ostomia 

Nervos e ossos 

Artrite, artrose, artrodese, lesões por esforços repetitivos, próteses internas e externas e poliomielite 

Paralisias 

Triplegia, triparesia, monoplegia, monoparesia, paraplegia, tetraplegia, tetraparesia, hemiplegia 

Portadores de patologias 

diabetes, hepatite C, HIV+, renais crônicos (com fístula), hemofílicos, cânceres, cardiopatia e linfomas 

Problemas de coluna 

Escoliose acentuada, espondilite anquilosante e hérnia de disco 

Visual 

Acuidade visual menor que 20/200 (índice de Snellen) no melhor olho, campo visual menor que 20 graus ou ambos 

Transtornos 

Autismo 

Mudança no teto favorece montadoras e clientes 

Os carros automáticos são os mais procurados, já que pessoas com deficiências podem ter limitação nos movimentos.  Com o teto atual, é quase impossível comprar um desses modelos. Sendo assim, apenas modelos de entrada podiam ser comprados. Caso aprovado o novo teto, aumentam as possibilidades de comprar o carro ideal com desconto. 

As montadoras têm tirado detalhes opcionais para chegar ao preço de R$ 70 mil, já que os valores estão inflados com o dólar em alta e pela escassez global de semicondutores.  

Por isso, o aumento do teto é vantajoso para clientes e montadoras, já que não precisarão fazer modificações para encaixar seus produtos no limite estabelecido atualmente.  

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