Inflação das passagens aéreas dispara 11,97% em Fortaleza: o que esperar para os próximos meses

O percentual foi divulgado, nesta sexta-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Escrito por Redação ,
Aeroporto
Legenda: Na Grande Fortaleza, as passagens áreas seguem com custos elevados
Foto: Helene Santos / SVM
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Puxada pela alta dos custos com transportes e cuidados com saúde, a inflação ficou em 0,56% em abril, na Região Metropolitana de Fortaleza. Quando analisados os itens com maiores elevações, aparecem as passagens áreas, cujo aumento foi de 11,97%.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, foi divulgado, nesta sexta-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O que explica a alta das passagens?

O professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Ricardo Coimbra, explica que a oscilação do custo do serviço tem sido recorrente e motivado, dentre outros fatores, pelo encarecimento dos combustíveis.

“Além disso, após o período da pandemia e nos meses mais recentes, houve momentos de crescimento da procura por passagens aéreas. Durante a crise sanitária, várias companhias desmobilizaram a sua cadeia produtiva, mas parte significativa trabalha com a aeronaves arrendadas”, contextualiza.

“Alguns desses aviões foram devolvidos e vários profissionais foram desligados. Então, esse processo de readequação das frotas e dos voos vai ocorrendo enquanto há um aumento da demanda”, aponta.

Nesse contexto, há uma volatilidade das cifras. Outra questão foi a pressão da guerra da Rússia contra a Ucrânia sobre o valor dos combustíveis, impactando o serviço, nos últimos meses. 

“Os dados mostram (ver infográfico abaixo) algumas capitais com uma elevação e outras com uma menor variação. Isso também se deve ao crescimento diferenciado de demanda, tendo como consequência a busca pelo equilíbrio dos preços na relação entre oferta e demanda dessas rotas”, reforça. 

Segundo Coimbra, a reestruturação das rotas deve gerar um equilíbrio nos próximos ciclos. “Mas também deve-se observar o impacto dos valores dos combustíveis e do câmbio, que, num determinado período, gerou uma elevação para um patamar superior e dificultou o custo do segmento”, diz. 

Já o economista Alex Araújo, pondera, contudo, a tendência de estabilidade para o mês.

“As passagens subiram muito em abril, mesmo com o dólar estável e o petróleo em queda, sugerindo que se trata de estratégia das companhias”, avalia. 

Conforme levantamento divulgado em fevereiro pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o preço médio da tarifa aérea comercializada na Grande Fortaleza é de R$ 678,70.

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O valor representa um aumento de 34% relativo à taxa média praticada no mesmo período em 2022, quando a passagem era vendida por R$ 505,09.  

O que esperar para o índice geral da inflação, em Fortaleza?

O economista Alex Araújo avalia ter ocorrido uma leve aceleração em abril, passando de 0,35% em março, para 0,56%, neste mês. “Para esse resultado, dois grupos trouxeram maior contribuição: gastos com saúde (1,39%) e com transportes (1,10%)”, frisa.

Do outro lado, calcula, o grupo de alimentação e bebidas, com alta de 0,20%, foi mais contido e ajudou no equilíbrio dos orçamentos familiares.

“Para os próximos meses, o resultado favorável do grupo de alimentos deve ajudar a trazer alívio para a inflação e não se esperam novos aumentos significativos nos itens que subiram muito em abril. Dessa forma, espera-se uma queda do ritmo de crescimento dos preços”, destaca. 

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