Hub deve aumentar exportação de frutas de maior valor pelo CE
Durante edição da Fruit Logistica, na Alemanha, produtores locais discutem novas oportunidades de negócios
Ao reunir-se ontem na Fruit Logistica com clientes europeus de sua empresa, a Agrícola Famosa, que tem fazenda de produção de frutas em Icapuí, no Sudeste do Ceará, o empresário Luiz Roberto Barcelos revelou que a criação do Hub Aéreo da Air France-KLM-Gol no Aeroporto Pinto Martins vai permitir, em curto prazo, que os fruticultores locais passem a investir no cultivo de produtos de maior valor agregado.
Segundo o empresário, os processos logísticos no Estado não proporcionavam, anteriormente, uma estrutura de suporte para os produtores investirem em produtos de maior valor agregado.
"Isso vem desde 40 anos atrás. Como não tínhamos uma rede que nos garantisse o transporte rápido para os centros consumidores da Europa e dos Estados Unidos, exportar melão de avião era inviável. Mas com a oferta diária de voos de Fortaleza para a América do Norte e a Europeu, com certeza vamos diversificar nossa produção, buscando frutas de maior valor agregado", explicou.
Para Barcelos, que é também presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), o Hub Aéreo permitirá o desenvolvimento de novos tipos de frutas, cuja exportação, hoje, é inviável pela vida útil do produto.
Possibilidades
Ele deu um exemplo prático: "Um contêiner de uva sem semente vale US$ 60 mil; um contêiner de melão vale US$ 20 mil, ou seja, três vezes menos; e um contêiner de banana vale US$ 10 mil. Quanto mais baixo for o valor agregado da fruta, menos possibilidade você tem de exporta-la por via aérea. Quando você produz e exporta blueberry (mirtilo) ou aspargo, como o que nós já produzimos, ainda que em pequena quantidade, na Agrícola Famosa, em Icapuí, justifica-se a exportação via aérea. Com certeza vejo com bons olhos o uso do Hub Aéreo como um modal próprio para as frutas ".
A partir da ligação com Estados Unidos e Europa, gerada pelo hub aéreo, produtores locais terão mais possibilidades para exportar frutas de maior valor agregado, afirma o presidente da Abrafrutas