Hapvida e Intermédica esperam conclusão da fusão até o começo de 2022
Perspectiva foi apresentada durante uma conferência entre os diretores das duas empresas, outros acionistas e agentes de mercado na tarde desta segunda-feira (1)
As direções da Hapvida e da NotreDame Intermédica esperam que o acordo de fusão entre as duas empresas, confirmado no último domingo (28), seja finalizado entre o fim deste ano e começo de 2022. A projeção foi apresentada pelos presidentes das companhias, Jorge Pinheiro (Hapvida) e Irlau Machado Filho (Intermédica), nesta segunda-feira (1º), durante uma conferência com acionistas e agentes do mercado.
Após a confirmação do acordo assinado para a fusão, as duas empresas terão de buscar a aprovação em Assembleias Gerais Extraordinárias de ambas as companhias e avaliação dos órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
As assembleias deverão acontecer ainda em março deste ano, enquanto a avaliação pelo Cade e pela ANS deve durar até o fim deste ano. A data limite para encerramento da operação é agosto de 2022.
"Teremos 330 dias para termos uma resposta do Cade, mas acredito que temos uma situação bem tranquila, mas isso deve analisado pelo nosso regulador. E dentro deste período vamos trabalhar respeitando a legislação do Cade, sem interferir no planejamento de cada time. Quando a fusão for autorizada, teremos muitas oportunidades para oferecer um incremento ao mercado privado de saúde. Enxergamos alguns municípios que queremos acessar, mas pelas condições atuais, fica mais complicado, considerando os custos de investimento, o que pode mudar com essa nova operação", disse Irlau Machado.
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Nova operação
Com a combinação entre as empresas, o novo conglomerado passará a ter 84 hospitais, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico por imagem. Além disso, a empresa passará a contar com mais de 13,6 milhões de usuários ativos.
De acordo com o CEO da Hapvida, a fusão das duas empresas acontece um momento estratégico para o setor de saúde complementar no Brasil e no mundo. Segundo Jorge Pinheiro, a operação deverá ajudar as empresas a acessar mais mercados no País e aumentar o potencial para novos investimentos nos próximos anos.
"Essa operação chega em um momento crucial da saúde brasileira e mundial. Eu poderia citar vários fatores que tornam essa operação única no mercado, mas muito além disso, eu falo das pessoas e das capacidades que temos nessas empresas. Apenas 22% dos brasileiros contam com esse produto (planos de saúde no mercado privado) e esse é momento para aumentarmos esse número", disse Pinheiro.
Modelo de operação
Com a fusão das empresas, a composição de acionistas, assim como a composição do conselho de administração da nova companhia formada, deverá ser atualizada. Na estrutura pós-transição, a família Pinheiro, principal sócio da Hapvida (70%), deverá ficar com 37,5% das ações da nova empresa. Os outros acionistas da empresa cearense terão direito ao controle de 16,1%.
O BainCapital, banco americano e investidor no Grupo NotreDame Intermédica, ficará com 5,2% das ações. Já os outros acionistas do GNDI ficarão com 41,2% da empresa após a fusão.
O conselho de administração da Hapvida aumentará para pelo menos 9 membros, sendo 2 indicados pela Intermédica, 5 indicados pela empresa cearense e 2 independentes. A escolha do presidente do conselho ficará a cargo dos 5 membros indicados pela Hapvida.
Na presidência, Irlau Machado Filho, atual CEO da GNDI, ocupará a posição de co-CEO junto com Jorge Pinheiro, atual CEO da Hapvida.
Transição
Segundo Irlau Machado, a operação das duas empresas não será alterada nos primeiros dois anos de fusão. O objetivo é não prejudicar a estratégia de expansão isolada das duas empresas, além de outras decisões que Hapvida e Intermédica já vinham executando antes da operação.
"Não faz sentido, nos primeiros dois anos, a implementação de novos sistemas, mas o que poderá ser feito no futuro, até porque tudo isso exigiria tempo dos dois times. Há uma série de tecnologias marginais que podem ser acoplados que podem gerar ganhos às empresas e isso será feito no futuro quando ajustarmos esse potencial de sinergia da fusão", disse.