Frutas típicas das festas de fim de ano ficam até 105% mais caras; veja preços
Ceasa projeta 20% de crescimento na movimentação em comparação com 2022
As frutas típicas das festas de fim de ano ficaram até 105% mais caras no Ceará em comparação com 2022, conforme levantamento das Centrais de Abastecimento do Ceará S/A (Ceasa), em Maracanaú, na Grande Fortaleza.
Entre as frutas tradicionais das festas de Natal e Réveillon que ficaram mais caras estão damasco (50%), cereja (105,9%), pêssego (100%) e maçã-verde (38,5%).
Já a lichia, a tâmara, a castanha-do-pará e a amêndoa tiveram diminuição nos preços. O analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão, explica que as reduções são motivadas por boas colheitas dos produtos importados, como do Chile.
Odálio aponta que a framboesa, o figo e o pistache, também bastante procurados para as ceias, estão escassos no mercado cearense. “O kiwi nacional não chegou ao mercado, porque houve retração nas colheitas no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, tivemos que importar. Já o caqui, o mercado também recebeu em pequena quantidade”, completa.
O analista ressalta que os produtores precisam arcar com custos de transporte entre países e estados, mudanças cambiais e logística de armazenamento especial. “A safra é importante. O comerciante tem que armazenar em câmaras frias, no clima adequado para não se perder, e ainda vai repassar para os comerciantes”, aponta.
Veja as variações dos preços das frutas na Ceasa-CE
Impacto de fatores climáticos
O encarecimento das frutas é motivado principalmente pelos atores climáticos, conforme explica Joseph Vasconcelos, doutor em Economia e professor da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FACC/UFRJ).
O especialista aponta que, em comparação com 2022, não houve grandes impactos da movimentação do dólar e dos tributos de importação. A onda de calor, o El Niño e as enchentes no sul do País, no entanto, dificultaram as colheitas e geraram quebras de safras.
“A gente tem uma tradição de Natal que é muito próxima das zonas temperadas. São em grande maioria importadas. E outras são produzidas na região Sul e Sudeste. O clima mudou um pouco e isso deve ter atrapalhado a etapa de alguma dessas frutas”, aponta Joseph.
A inflação em níveis menores que o ano tem desafogado a renda dos consumidores, impulsionando a demanda, segundo o economista. Na Ceasa, é esperado um movimento até 20% maior que o de 2022, segundo Odálio Girao.
O analista aponta que, para driblar preços mais altos, os consumidores também apostam em frutas regionais, como a maçã nacional, a seriguela e a pitomba. “Nesse período de fechamento do ano, o consumo fica mais aquecido, todo mundo quer ter uma mesa farta. E a tendência natural para muitos produtos é ter preços elevados. Então a recomendação é comprar o quanto antes, é bom haver uma compra antecipada”, conclui.