Financiamento imobiliário: as taxas e modalidades dos principais bancos em 2021

Antes da contratação do crédito imobiliário, é importante analisar condições que sejam favoráveis ao perfil do cliente

Escrito por Lívia Carvalho , livia.carvalho@svm.com.br
Legenda: Conhecer condições facilita na hora da contratação
Foto: Shutterstock

Ter a casa própria ainda é o sonho de muita gente. Para isso, o mercado oferece diversas opções de contratação de crédito imobiliário com condições para diferentes perfis de clientes. As principais, atualmente, ofertadas pelos bancos são a partir da poupança e a correção atrelada à Taxa Referencial (TR).  

O economista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Érico Veras explica que existe uma série de fatores a serem analisados quando há o interesse em fazer um financiamento para a compra de um imóvel, visto que é um investimento de longo prazo.  

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De acordo com o professor, é importante que se analise a taxa efetiva, bem como modelo de amortização. Se existe alguma indexação junto ao IPCA ou TR para compreender como a prestação vai se comportar.

Como um financiamento imobiliário é de longo prazo, é interessante também projetar as prestações para saber como fica o comportamento da sua renda.  

O modelo de amortização é importante para entender de que forma a quitação de dívida vai beneficiar o cliente, caso ele queira pagar um valor superior ao da parcela. Por exemplo, no modelo Sistema Francês de Amortização (SFA - Tabela PRICE), o valor das prestações é constante, enquanto o juro da parcela é decrescente e a amortização crescente. 

Já no modelo Sistema de Amortização Constante (SAC) o saldo devedor é constante, porém os juros vão decrescendo, reduzindo também o valor das parcelas.  

“Para quem tem renda mais previsível, a tendência é que uma prestação que cabe hoje no bolso, caiba também no futuro. Porém, se no futuro você tem planos que vão aumentar suas contas, você precisa ver se a prestação vai caber no seu bolso”.  
Érico Veras
economista

Já para quem tem renda variável o alerta do economista é o planejamento de uma reserva de emergência capaz de suportar uma queda na renda e absorver a prestação do financiamento. “A pandemia mostrou que quem tem renda variável pode rapidamente ficar sem, então é importante se planejar para evitar vender o imóvel com problemas de inadimplência”, afirma. 

Caixa Econômica Federal 

A Caixa disponibiliza quatro modalidades de financiamento imobiliário, com dois fatores de correção: a taxa referencial (TR) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os juros variam de acordo com perfil e relacionamento do cliente com o banco. 

Além disso, a Caixa disponibiliza o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema Francês de Amortização (SFA - Tabela PRICE). 

Para conhecer as linhas de financiamento habitacional, fazer simulações sobre a melhor opção, e obter informações sobre o comparativo de taxas, os clientes podem acessar o site da Caixa. 

  • Crédito imobiliário Poupança Caixa 

A prestação não é fixa, varia de acordo com a remuneração da poupança na data do vencimento da prestação. A taxa de juros é composta de parte fixa + remuneração da poupança, assim, quanto menor o rendimento da poupança, menor as taxas de juros do contrato. 

Atualmente, as taxas fixas variam de 3,35% a 3,99% ao ano, com um teto caso o rendimento da poupança suba. Contudo, a partir de 18 de outubro, o valor será de 2,95% ao ano, conforme anunciado pela Caixa na semana passada. 

  • Financiamento com taxa fixa 

Nesta modalidade, o cliente paga o mesmo valor do início ao fim do contrato, ou seja, não há correção mensal. Por isso, a prestação é mais alta do que nas outras modalidades. As taxas de juros variam entre 8,25% a.a. e 9,75% a.a.  

  • Financiamento corrigido pela TR 

A prestação varia de acordo com a TR. Essa modalidade é a mais tradicional do mercado, com taxas de juros que variam entre TR + 7,00% a.a. e TR + 8,00% a.a

  • Financiamento corrigido pelo IPCA 

A prestação varia de acordo com o IPCA, por isso, é mais indicada para quem tem renda fixa ou pretende liquidar o contrato com antecedência. As taxas de juros variam entre IPCA + 3,55% a IPCA + 4,95% a.a. 

Banco do Brasil  

No Banco do Brasil, o financiamento imobiliário pode ser contratado pelo celular ou internet, com apoio de especialista. A modalidade oferecida é com base na correção da TR, com sistema de amortização SAC e Price-Pós.  

As taxas partem de 6,85% a.a. + TR e variam conforme perfil do cliente, prazo do financiamento e relacionamento com o banco. Além disso, é possível financiar até 80% do valor de imóveis residenciais e comerciais.  

A modalidade também oferece o “mês-pula”, em que o cliente pode escolher um mês por ano para que a parcela não seja cobrada, sendo diluída ao longo do cronograma da operação. 

Bradesco 

O Bradesco, por sua vez, oferece duas modalidades de crédito imobiliário, tanto pela correção da TR, quanto da poupança. O banco também oferece os sistemas SAC e Price para amortização.  

Na modalidade da TR como correção, as taxas são a partir de TR + 8,50 % a.a. chegando até TR + 8,90 % a.a. Já na da poupança, a taxa é composta por uma taxa fixa ao ano de 2,99% + remuneração atual da poupança que varia de acordo com a Selic).  

Santander 

O Santander possui apenas a linha de crédito imobiliário atrelada à TR. Para financiamento imobiliário residencial, o banco pratica uma taxa de juros que parte de 8,99% ao ano + TR. As operações possuem ainda custos de taxas administrativas e seguros obrigatórios.  

Para operações dentro do âmbito SFH, é possível financiar imóveis entre R$ 90 mil e R$ 1,5 milhão. Para operações fora do âmbito SFH, é possível financiar também os imóveis acima de R$ 1,5 milhão. 

Para imóveis residenciais, o prazo mínimo de financiamento é de um ano, e máximo de 35 anos. E o percentual chega a 80% do valor do imóvel. 

O banco realiza parcelas fixas com Sistema de Amortização PRICE ou atualizáveis com Sistema de Amortização Constante – SAC.  

Itaú 

O Itaú também oferece duas modalidades de crédito imobiliário: com juros da poupança (pós-fixada) ou atrelada à TR (pré-fixada). A primeira tem taxas de juros a partir de 2,99% ao ano + rendimento da poupança (referente a 70% do valor da Selic, sendo que existe um teto de 6,17% ao ano neste indicador quando a Selic passa de 8,5% ao ano) e atualização do saldo devedor pela TR. 

O valor do financiamento varia conforme o valor do imóvel podendo ser de até 90%, com prazo máximo de até 360 meses.  

Já no caso da correção pela TR, a taxa fixa de juros a partir de 8,3% ao ano com atualização do saldo devedor pela TR. O valor financiado também pode ser de até 90% do preço do imóvel. 

 

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