Empresas de bets devem bloquear pagamentos via cartão de crédito a partir de outubro
Mercado é pressionado por bancos e outros segmentos da economia devido a riscos de endividamento da população
Diante das pressões de bancos e de outros segmentos da economia pela proibição imediata do uso de cartão de crédito em apostas online, algumas das principais empresas que solicitaram autorização de funcionamento para o Governo devem se antecipar e bloquear o pagamento dos jogos com crédito a partir de 1º de outubro.
De acordo com a previsão do Governo, registrada em portaria do Ministério da Fazenda, a proibição deve acontecer em todo o território nacional apenas a partir de janeiro do próximo ano, quando entram em vigor as regras do mercado regulado de apostas.
Contudo, segundo o jornal O Globo, o movimento feito pelas empresas, agora, é uma tentativa de responder ao Governo, ao Congresso Nacional e às demais entidades que criticam o uso do cartão sob o argumento de preocupação com os riscos de inadimplência.
"Faremos essa recomendação de forma expressa, até para demonstrar para os órgãos governamentais e para a mídia que essa preocupação também é nossa. Nós acreditamos que, abrir para cartão de crédito, as coisas ficam sem controle. A gente é uma indústria de entretenimento. [...] Conversei com todos os nossos associados e 100% vai seguir [o entendimento]", comentou Plínio Lemos Jorge, presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, em entrevista ao O Globo.
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Transações via PIX para 'bets' têm média de R$ 20 bi mensais
Em uma conferência organizada pelo Banco Safra, em São Paulo, nessa terça-feira (24), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que houve um aumento acima de 200%, desde janeiro deste ano, nas transações feitas por jogadores para empresas de bets por meio do PIX.
Dados do BC mostraram que o volume mensal de transferências PIX de pessoas físicas para empresas de apostas e jogos de azar variou entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões até agosto. Se esse volume permanecer, simboliza um gasto anual de R$ 240 bilhões somente por PIX.