Dropshipping: o que é, como funciona e como fazer
Veja como o sistema pode ajudar a empreender, as vantagens e os desafios
O dropshipping é uma estratégia logística na qual o revendedor não tem as mercadorias em estoque, conforme define o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O sistema ajuda, principalmente, as marketplaces e/ou lojas virtuais.
Como o revendedor não necessita dos produtos em estoque, acaba tornando o negócio mais competitivo, sendo o lucro o resultado da diferença entre o preço praticado pelo e-commerce e o valor cobrado pelo parceiro.
Nesse contexto, acaba sendo uma boa alternativa para quem busca empreender, mas também é necessário ficar atento aos desafios.
O articulador da Unidade de Competitividade do Sebrae/CE, Sílvio Moreira, explica que, no dropshipping, como em qualquer outro ramo de negócio, é importante escolher bem os produtos a serem comercializados.
"Fazendo uma pesquisa rápida, é fácil descobrir que o que mais vende no dropshipping: produtos de beleza. Esses são itens que estão sempre em alta demanda e englobam desde maquiagens até cosméticos. Mas, como público é amplo, aprofundando a pesquisa, descobrimos que a tecnologia é um outro nicho que incorpora produtos que trazem facilidade para a vida das pessoas", enumera.
"Artigos para bebê também têm um bom potencial, desde que você fuja de produtos que todo mundo vende. Os artigos pets também possuem uma clientela apaixonada. Outras boas opções são a linha fitness, artigos para casa e jardim e produtos infantis", finaliza.
O que é dropshipping
O termo “dropshipping” é a junção de dois termos: “drop”, que significa “largar”, e “shipping” é “remessa”, ambos em tradução livre.
Segundo o Sebrae, resumidamente, trata-se de uma técnica de logística na qual o vendedor ainda não possui o produto oferecido em estoque.
"Quando uma venda é fechada, a empresa entra em contato com seu fornecedor e o produto é enviado diretamente para quem o comprou. É como se o lojista atuasse, na verdade, como um mero intermediário", explica o Sebrae.
O sistema é utilizado principalmente para o comércio eletrônio, mas também pode ser aplicado em outros setores.
Como funciona
O Sebrae explica que a técnica é realizada da seguinte forma:
- Inicia quando o cliente conclui uma compra em uma loja do comércio eletrônico;
- A empresa recebe essa ordem de venda e repassa a informação para o seu fornecedor, podendo ser de forma automática ou manual;
- Depois, o fornecedor separa a mercadoria e faz a distribuição do produto ao cliente.
"Dessa maneira, a empresa que realiza a venda não precisa gerenciar os estágios de separação, fazer o acondicionamento dos artigos em embalagens apropriadas, despachar e acompanhar os pedidos enviados. Toda a gestão logística é facilitada, tornando o negócio significativamente mais simples", aponta o Sebrae.
Como fazer dropshipping?
O sistema logístico é mais viável para negócios no ambiente digital e de baixo investimento. Contudo, é necessário estudar se realmente essa é a melhor técnica e conhecer, além das vantagens, os desafios (descritos no item abaixo).
O primeiro passo é encontrar fornecedores confiáveis, que são os responsáveis pelo faturamento e despacho dos pedidos.
Veja se o sistema é o que você precisa para o seu negócio ou plano, conforme as características descritas pelo Sebrae:
- A modalidade não demanda custos altos custos, porque não é preciso investir na estocagem de produtos. Deste modo, o empreendedor consegue entrar no mercado sem muitos recursos financeiros;
- Como não é necessário adquirir os artigos antecipadamente para vender, existe uma possibilidade de ofertar um mix de produtos amplo;
- Dispensa um alto capital de giro, reduzindo os custos operacionais do negócio.
Como começar
Conforme o Sebrae, “ao atuar como um revendedor de artigos provenientes do estoque da fonte, existe a possibilidade de comercializar itens de fornecedores distintos”, mas, “antes de apostar nesse segmento, é fundamental estudar mais a fundo e antecipar-se aos possíveis obstáculos que poderão surgir”.
Quem tiver interesse deve estudar sobre a gestão financeira da loja virtual, nicho de mercado e quais os melhores fornecedores para cada mercadoria, além de definir a precificação.
O que é preciso para fazer dropshipping?
É necessário estudar o seu empreendimento e as possibilidades, conforme explicado acima. A partir do momento em que o negócio já foi criado, deve-se buscar os melhores fornecedores, mix de produtos e calcular o frete.
O que mais se vende?
O articulador da Unidade de Competitividade do Sebrae/CE, Sílvio Moreira, explica que, no dropshipping, as maquiagens são os mais vendidos, mas outros potenciais são:
- Artigos para pets;
- Artigos para bebês e produtos infantis;
- Artigos para casa;
- Artigos para casa e jardim.
A reposta para essa pergunta, contudo, é complexa. Conforme explicado até aqui, são necessários avaliar vários critérios antes de decidir pela técnica, incluindo mix de produtos.
Mas, conforme o Sebrae, “há uma alta margem de criatividade em relação às mercadorias que podem ser vendidas, já que é viável, por exemplo, ofertar desde artigos para casa até eletrônicos — ou funcionar como uma loja que abrange inúmeras categorias de produtos”.
Com um mix diverso, é possível aumentar o seu marketshare.
Dropshipping é crime?
Não. A técnica de logística não é criminosa, mas é preciso que todo o processo seja legalizado e cumpra algumas regras.
Segundo o Sebrae, a responsabilidade de fornecer suporte ao público não é do fornecedor, mas, sim, do e-commerce que revende os produtos.
No Brasil, exemplifica, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) assegura ao comprador o direito de arrependimento da compra em até sete dias, podendo, então, devolvê-la e solicitar o reembolso.
"O fato é que, atuando nesse formato, não compensa devolver a mercadoria ao seu parceiro — em função dos custos envolvidos. Em casos assim, dificilmente será possível driblar os prejuízos".
"Uma grande parte dos e-commerces que trabalham com dropshipping tem parceiros internacionais — via de regra, americanos e/ou chineses. Se esse for o seu caso, o prazo de entrega passa a ser mais uma preocupação. O envio das mercadorias ao consumidor final pode atrasar, e isso, inevitavelmente, gera reclamações", destaca.
Para evitar complicações, é importante avisar o consumidor que a mercadoria será importada, necessitando de um prazo de entrega maior.
Quais os riscos?
Conforme dito acima, é necessário ter cautela com os problemas relacionados à entrega e devoluções, que podem gerar prejuízos.
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