Dólar supera R$ 5,50 e volta a fechar no maior valor em três meses

Cotação piorou depois que ata do Federal Reserve citou desvalorização do real na sua última reunião. Banco Central leiloou contratos de swap cambial.

Escrito por Agência Brasil ,
Legenda: Parte do mercado viu a mensagem como uma ameaça ao ministro da Economia, Paulo Guedes, derrubando o Ibovespa, que subia 0,67% até então.
Foto: Foto: Reuters

Em mais um dia de turbulências no mercado financeiro, o dólar voltou a ser vendido acima de R$ 5,50. A bolsa de valores caiu mais de 1%, depois de o Federal Reserve (Fed – o Banco Central norte-americano) citar preocupações com o Brasil.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (19) vendido a R$ 5,531, com alta de R$ 0,062 (+1,13%). A divisa está no maior valor desde 22 de maio, quando tinha fechado em R$ 5,574. O índice Ibovespa, da B3 (a bolsa de valores brasileira), caiu 1,19% e fechou aos 100.854 pontos.

A cotação do dólar chegou a operar em queda durante a manhã, mas reverteu o movimento por volta das 11h. A alta se intensificou no meio da tarde, depois da divulgação da ata da última reunião do Fed, que mencionou o Brasil.

No texto, o Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed (Fomc) citou que o dólar está caindo diante das principais moedas do mundo, com queda de 3% em relação ao euro no último mês. Em contrapartida, a moeda norte-americana continua subindo em relação ao real.

“Em contraste, o real brasileiro desvalorizou cerca de 5% em relação ao dólar, em meio a continuação dos cortes nas taxas de juros pelo Banco Central do Brasil, casos crescentes de coronavírus e turbulência política no Brasil”, destacou o documento do Fed.

Para acalmar o mercado, o Banco Central leiloou US$ 500 milhões em contratos novos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Cenário externo

A ata do Fed também influenciou o mercado internacional. O Banco Central norte-americano mostrou preocupação com as incertezas em torno da recuperação da economia norte-americana dada a evolução da pandemia de covid-19. No documento, o Fed descartou medidas como o controle da curva de juros e admitiu avaliar a manutenção de medidas agressivas de estímulo.

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