Desemprego cresce em um ano e atinge 563 mil pessoas no Ceará, diz IBGE
Números são do segundo trimestre deste ano e representam 132 mil desempregados a mais ante igual período de 2020
Agravados ainda pelos efeitos da covid-19, os números do desemprego no Ceará cresceram entre 2020 e 2021. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 132 mil a mais nessa condição no segundo trimestre deste ano ante o segundo trimestre do ano passado.
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Com isso, o número de desocupados passou de 431 mil entre abril, maio e junho de 2020 para 563 mil em igual período deste ano. Já em relação ao primeiro trimestre de 2021, o segundo trimestre representa uma adição de 14 mil pessoas às estatísticas do desemprego no Estado.
A taxa de desocupação ficou em 15% no segundo trimestre deste ano, acima dos 12,1% apurados em igual período de 2020, mas estável se comparada ao primeiro trimestre deste ano.
A Pnad Contínua, do IBGE, busca retratar o universo do trabalho considerando uma série de variáveis e possibilidades, como o trabalho informal e a subocupação, por exemplo.
Já dados divulgados por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, considera apenas os empregos com carteira assinada.
Precariedade
Também cresceu no último ano o número de trabalhadores no setor privado sem carteira assinada. De acordo com os dados do IBGE, no segundo trimestre de 2020 eram 494 mil cearenses nessa situação. No segundo trimestre deste ano, eram 560 mil. No primeiro trimestre, porém, eram 570 mil.
O número de trabalhadores por conta própria no último ano passou de 944 mil cearenses no segundo trimestre de 2020 para 1,02 milhão em igual período de 2021. No primeiro trimestre deste ano, eram 988 mil trabalhadores por conta própria, o que revela que também houve crescimento nessa base de comparação.
Entre os trabalhadores por conta própria no Ceará, a parcela dos que não possuem Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) é cerca de oito vezes (861 mil) a parcela dos trabalhadores por conta própria com CNPJ (168 mil).
Desalentados
Uma das estatísticas que mais preocupa dentro do desemprego é o desalento, que representa os trabalhadores que já perderam as esperanças de encontrar um emprego e, por isso, desistiram de procurar.
No Ceará, conforme os dados do segundo trimestre, 441 mil trabalhadores na força de trabalho potencial se encontram nessa situação - crescimento de 17,3% na comparação com igual período de 2020, quando 376 mil trabalhadores no Estados haviam desistido de procurar emprego.
No primeiro trimestre deste ano, o IBGE contabilizou 466 mil desistentes na busca por um trabalho - dado que revela que, entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, houve queda de 5,2% no desalento.
Subocupação
Dentro da força de trabalho, também cresceu o número de cearenses subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, que é quando o trabalhador estaria disponível para trabalhar mais horas do que a quantidade de horas que ele trabalha habitualmente.
O dado passou de 290 mil cearenses no segundo trimestre de 2020 para 436 mil em igual período de 2021, crescimento de 50,2%, de acordo com o IBGE. Também houve crescimento ante o primeiro trimestre de 2021, quando eram 371 mil subocupados (+17,6%).