Crédito imobiliário recua 3,6% no Estado

No primeiro mês deste ano, foram destinados R$ 169,3 milhões para a aquisição ou construção de imóveis no Ceará

Escrito por Redação ,
Legenda: Nos últimos 12 meses, no Ceará, foram destinados ao financiamento e à aquisição e construção de imóveis R$ 2,7 bilhões
Foto: FOTO: VIVIANE PINHEIRO

Enquanto o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 9,1 bilhões no Brasil no mês passado - aumento de 12% em relação a janeiro de 2014 -, no Ceará, houve retração de 3,6% em igual período. No Estado, o valor caiu de R$ 175,7 milhões para R$ 169,3 milhões. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Em relação ao número de imóveis financiados, o mercado cearense apresentou redução de 8,2% em janeiro, saindo de 813 para 746 unidades. "Esses números estão dentro do esperado para o Ceará. Nos últimos quatro anos, fizemos uma dosagem dos lançamentos em Fortaleza para colhermos, agora, uma equalização entre oferta e demanda", afirma o presidente da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon-CE), Marcos Novaes.

Segundo ele, a readequação no ritmo de lançamentos vem refletindo diretamente no valor de empréstimos para aquisição e construção de imóveis no Estado. Outro fator que contribui com essa desaceleração, aponta, é que o desempenho do setor no primeiro semestre do ano é historicamente menor que no segundo. "Enquanto 40% dos negócios são feitos de janeiro a junho, 60% acontecem de julho a dezembro", explica.

Perspectiva positiva

Apesar da retração, Marcos Novaes acredita que o volume de empréstimo para a construção de imóveis no Estado começará a crescer já neste mês. Isso porque a Coopercon-CE iniciou um processo de captação de propostas para a contratação do crédito imobiliário 2015.

Segundo informou, cartas-convite foram enviadas ao Banco do Brasil (BB), Bradesco, Itaú, Santander e à Caixa Econômica Federal. A instituição financeira deverá ofertar um "plano empresário" para atender, com agilidade e domínio da operação, às 102 empresas cooperadas, responsáveis por 90% dos lançamentos imobiliários no Ceará. A Coopercon-CE garante que, nos próximos 12 meses, a movimentação nesta linha de financiamento será de R$ 1 bilhão. As cooperadas possuem obras em oito estados brasileiros (Ceará, São Paulo, Pará, Alagoas, Amazonas, Rio Grande do Norte, Maranhão e Piauí).

12 meses

Nos últimos 12 meses, até janeiro, R$ 113,8 bilhões foram destinados ao financiamento e à aquisição e construção de imóveis no País, resultado 2,9% superior ao dos 12 meses precedentes. No Ceará, o crescimento foi de 25%, tendo o valor passado de R$ 2,1 bilhões para R$ 2,7 bilhões.

Em número de unidades financiadas, no primeiro mês de 2015, foram realizadas operações de aquisição e construção de 43,7 mil imóveis, com crescimento de 9,4% sobre janeiro do ano passado. O resultado que foi também o melhor para o mês na série histórica.

Tomado um período mais dilatado, constatou-se que, nos 12 meses compreendidos entre fevereiro de 2014 e janeiro de 2015, os financiamentos imobiliários contemplaram 542,1 mil imóveis, 1,5% mais do que nos 12 meses anteriores.

Os dados revelam que a tendência de crescimento das concessões de crédito se mantém. No Ceará, o acréscimo foi de 32%, com o total de unidades saltando de 10.538 para 13.899.

Captação

Em janeiro, as cadernetas de poupança dos agentes financeiros do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) apresentaram captação líquida negativa de R$ 4,45 bilhões, o que reflete o momento econômico caracterizado por desaceleração da atividade econômica.

Sazonalmente, janeiro concentra vencimentos de contas como Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e despesas escolares, às quais se acrescentou, neste ano, o aumento de dispêndios com energia elétrica, combustíveis e transporte público. Essas despesas, em sua maior parte obrigatórias, reduzem a disponibilidade de recursos excedentes, que em anos anteriores tiveram como destino as aplicações em cadernetas de poupança.

Adicionalmente, registra-se uma taxa básica de juros elevada. A Selic fechou o mês em 12,25% ao ano. O patamar de juros torna o rendimento das cadernetas de poupança menos atrativo, o que certamente contribuiu, na margem, para a redução das aplicações.

Saldo

Apesar disso, o saldo dos depósitos de poupança nos agentes financeiros do SBPE encerrou o mês de janeiro de 2015 em R$ 520,7 bilhões, com elevação nominal de 11% em relação a igual período de 2014.

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