Como economizar após alta de até 10,89% no preço dos remédios? Veja dicas

O reajuste começou a valer neste mês de abril

Escrito por Bruna Damasceno ,
cliente na farmácia
Legenda: Laboratórios e farmácias oferecem abatimentos para clientes cadastrados em sistema de fidelização
Foto: Camila Lima

O aumento de até 10,89% do preço dos remédios chegou às farmácias no dia 1º de abril. E não veio sozinho. Soma-se ao reajuste da conta de luz, inflação de alimentos e à alta dos combustíveis.

O conjunto de majorações corrói a renda das famílias - que nem sequer tiveram ganho real no salário mínimo neste ano. Mas como lidar com mais essa pressão no orçamento?

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O caminho é o fortalecimento e a ampliação de políticas públicas que atendam a todas as necessidades de saúde dos cidadãos, sobretudo, voltadas para pessoas de baixa renda.

O programa Farmácia Popular, contudo, já prevê gratuidade ou descontos de até 90% para medicamentos considerados essenciais (ver abaixo). 

No entanto, quando o consumidor precisa de produtos que não são contemplados pelo benefício, só resta recorrer aos descontos para reduzir o impacto da elevação. Usuários de planos de saúde, classes profissionais e associados em clube esportivo possuem vantagens em algumas redes. 

Além disso, laboratórios e farmácias oferecem abatimentos para clientes cadastrados em sistema de fidelização (veja opções abaixo). 

O professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador em finanças pessoais e comportamentais, Érico Veras, pondera que a busca por economia de fármacos deve ser criteriosa. 

“Não se pode fazer troca de medicamento da mesma forma que se faz com a alimentação, como deixar de consumir determinado produto por um tempo. Os remédios são extremamente necessários, mas o que pode ser feito é conversar com o médico para avaliar se é possível trocar por um genérico”, frisa. 

remédio
Legenda: Reajuste dos medicamentos foi de até 10,89%
Foto: Helene Santos

Acompanhar as promoções e pesquisar também é importante tanto para medicações de uso contínuo e esporádico. Outro ponto, acrescenta, é que o mix de produtos em drogarias é amplo e deve-se evitar gastos desnecessários. 

“Outra questão que é tomar o cuidado ao entrar na farmácia para não cair em alguma tentação. O ideal é comprar somente aquilo que a gente precisa”, frisa. 

Seis dicas para economizar na compra de remédios

  1. O programa Farmácia Popular distribui remédios gratuitos para as redes credenciadas do “Aqui tem Farmácia Popular” para pessoas com hipertensão, diabetes ou asma. Também há outros medicamentos com descontos de até 90% para dislipidemia (colesterol alto), rinite, Parkinson, osteoporose e glaucoma. Os descontos também valem para contraceptivos e fraldas geriátricas.
  2. Faça a tradicional pesquisa para comparação de preços em farmácias. Uma dica é utilizar aplicativos de entrega para verificar em mais estabelecimentos. Também há a opção pesquisas nos apps que estão liberando desconto para remédios.
  3. Alguns clubes esportivos, classes profissionais e planos de saúde oferecem desconto em redes de farmácia mediante apresentação de cartão que comprove o vínculo; pergunte no local da compra se há essa possibilidade;
  4. As grandes redes possuem programas de fidelidade para compras; faça o cadastro e sempre monitore as promoções, sobretudo, para medicações de uso contínuo.
  5. Evite comprar suplementos e vitaminas sem indicação médica para saber se há necessidade. Durante a pandemia de Covid-19, a demanda por esses produtos cresceu e o mercado farmacêutico começou a ofertar inúmeras promoções; 
  6. Converse com seu médico sobre a possibilidade de utilizar remédios genéricos ou similares.

Por que os remédios vão ficar mais caros?

O reajuste anual de medicamentos é coordenado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A resolução com o novo percentual foi publicada na sexta-feira (1º), passando a valer no mesmo dia. 

Para definir o percentual, é utilizado é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses à data do cálculo, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma-CE), Josué Ubiranilson, aponta ser uma reposição inflacionária da indústria de inevitável pressão sobre o varejo. 

“Sabemos que a classe média baixa já está sufocada e que terá um impacto principalmente para quem toma quatro, cinco remédios, mas o varejo simplesmente repassa”, inicia, citando a inflação. Ele pondera que nem todos os medicamentos sofrerão reajustes.  

Segundo o Sindicato dos Produtos da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), 13 mil apresentações de fármacos disponíveis no mercado varejista brasileiro terão atualização dos preços. 

Conforme a entidade, o setor sofreu “enorme pressão” de custos das matérias-primas, do câmbio e da logística global desde o início da pandemia de Covid-19. 

Segundo a entidade, no acumulado de 2021 e 2020, os medicamentos subiram em média 3,75%, enquanto a inflação geral no Brasil saltou para 15,03%, diferença para menos de 11 pontos percentuais. 
 
“Os medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da economia brasileira”, afirmou o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.

Veja abaixo algumas opções de desconto em uma rede de farmácia e um laboratório:

Bayer

A farmacêutica da Bayer, multinacional alemã, oferece um programa de relacionamento com dicas, serviços e descontos em medicamentos. Segundo a empresa, o programa de benefícios "Bayer Para Você" é aceito em mais de 40 mil pontos de venda no Brasil. Dentre os remédios com descontos de até 55%, segundo a companhia, estão anticoagulantes e anticoncepcionais. 

Quais remédios têm desconto?

A lista de medicamentos inclui o anticoagulante Rivaroxabana (Xarelto®),  anticoncepcionaisl Yaz® e Yaz Flex® e Bepantol Sensicalm®. A lista completa pode ser encontrada por pacientes no site: paravoce.bayer.com.br.

No caso do anticoagulante Xarelto®, a partir de 1º  de abril, a melhor oferta do programa BPV será no e-commerce das redes parceiras credenciadas, informou. 
 
Como obter o desconto? 

Para participar, é só ter em mãos a prescrição médica para um dos medicamentos participantes, bem como alguns dados pessoais. O cadastro pode ser feito rapidamente pelo site do programa e, para ter acesso aos descontos, basta informar o CPF na farmácia.  

Farmácias 

A rede de farmácias Drogasil, Extrafarma e Pague Menos possuem programas de fidelidade e descontos, nos aplicativos das drogarias ou na própria loja, a depender de cada. Verique os sites e apps destas empresas para conferir as melhores condições para sua necessidade. 

A Pague Menos, por exemplo, informou possuir mais 1 mil empresas no programa de convênios e parcerias disponíveis nas 1.165 unidades do País. Dentre elas, os planos de saúde Hapvida, Unimed, Prevent Sênior, Intermédica, além das Lojas Marisa, Riachuelo, OAB e Santander. 

Programa de fidelidade

O consumidor também pode se cadastrar no Programa de Fidelidade Sempre. Para participar, basta realizar o cadastro em uma das lojas ou pelo aplicativo Pague Menos. Após o cadastro, o cliente se torna um Cliente Sempre.

Segundo a empresa, a categoria tem promoções personalizadas por meio do cupom de descontos “Desconto Só Meu”, baseado no histórico de compras.

Cliente ouro

Conforme a companhia, na modalidade Cliente Ouro, do Programa Fidelidade Sempre, o consumidor tem direito a desconto adicional em medicamentos, prioridade em eventos promovidos pela Pague Menos, quatro entregas grátis no site paguemenos.com.br e um atendimento farmacêutico gratuito no Clinic Farma, consultório farmacêutico instalado nas farmácias que oferece cerca de 60 serviços de saúde.

Programa de Benefício em Medicamentos (PBM)

A Pague Menos também é credenciada no Programa de Benefício em Medicamentos (PBM), que promete descontos em mais de 3 mil medicamentos, abrangendo tanto as variedades de marca quanto as genéricas - a lista completa cobre 80% dos tratamentos em nível ambulatorial.

 

 

 

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