Cearense Betânia quer ser líder no Nordeste em possível fusão com Embaré
A Embaré é uma empresa paulista, dona da marca Camponesa, e com atuação em cerca de 44 países
A Betânia Lácteos confirmou o interesse, e as negociações para possível fusão com a empresa Embaré já estão em andamento. As tratativas acontecem enquanto a cearense tenta se consolidar como líder no segmento de laticínios na região Nordeste.
Os rumores foram admitidos pelo CEO da empresa, Bruno Girão, durante a inauguração da primeira fábrica de leite em pó do Ceará, em Morada Nova, nesta terça-feira (05). Questionado sobre o assunto, Girão limitou-se a assumir a negociação.
"De fato, a gente está conversando sim, mas não tem nada fechado e nós não podemos comentar além disso", afirmou.
A Embaré é uma empresa paulista que já possui 86 anos de atuação e detém a marca Camponesa. Com fábrica atualmente instalada em Minas Gerais, a companhia já tem seus produtos presentes em cerca de 44 países distribuídos em todos os cinco continentes.
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Foco no Nordeste
Um dos mercados que a Betânia pretende ampliar a atuação é o da Bahia, estado no qual a empresa instalou fábricas recentemente. Conforme Girão, os produtos da marca demonstram diferencial competitivo na região e o foco no momento é explorar o restante desse potencial ainda intocado.
"Ainda temos um mercado ainda grande a galgar. Em dados, são 170 mil pontos de venda e a Betânia está presente em 50 mil. Então, ainda tem um caminho que significa que novas oportunidades"
Ele acrescentou que os produtos fabricados na unidade recém-inaugurada no Ceará deve atender consumidores em um raio de 500 quilômetros. Além disso, alguns produtos da empresa, como leite longa vida, iogurtes, creme de leite e leite condensado, já ocupam a liderança ou a vice-liderança na Região.
Exportação
Apesar da nova fábrica do grupo ter sido construída dentro dos padrões para atender a certificações nacionais e internacionais, o foco da empresa deve permanecer em alcançar a liderança do setor no Nordeste.
Girão explicou que, pelo fato do leite produzido no Brasil ter um custo mais elevado, o produto não tem competitividade internacional para acessar o mercado externo. Apesar disso, a possibilidade não é totalmente descartada.
"Nesse momento não temos interesse (na exportação), não temos planos pra exportar, mas a depender do tipo de produtos que a gente venha a ter, quem sabe", pontuou.
Nova fábrica
Com investimento de mais de R$ 70 milhões, a recém-inaugurada unidade tem uma área de aproximadamente 5 mil m² e capacidade de processamento de 200 mil litros de leite por dia.
A indústria irá produzir leite em pó, leite condensado e os demais compostos lácteos da linha de lácteos da Betânia. A operação gera 60 novos empregos diretos e 4 mil indiretos.
O CEO da companhia explicou que a escolha do município cearense partiu de negociações com o Governo do Estado e da possibilidade de ampliar a capacidade já instalada no Ceará.
"Morada Nova é onde já tínhamos a principal fábrica, que estava muito próxima do limite. A Bahia tinha questões fiscais um pouco mais competitiva do que o Ceará, mas o Estado abriu mão de algumas coisas por entender que era importante a gente aumentar a nossa capacidade", detalhou.
Ele também projeta que, em cerca de dois ou três anos, a empresa será capaz de comprar toda a produção local de leite.
"O que podemos garantir para os produtores de leite do Ceará é que não se preocupe com a comercialização do produto, porque a Betânia terá capacidade com certeza de nos próximos dois ou três anos de comprar toda a produção aqui gerada".