Ceará gera mais de 31 mil postos de trabalho no acumulado do ano; veja ranking

Apenas em junho o saldo positivo foi de 7.620; Estado está apenas atrás da Bahia no ranking regional

Escrito por Paloma Vargas , paloma.vargas@svm.com.br
Duas carteiras de trabalho sobre uma mesa
Legenda: No acumulado do ano, o Nordeste gerou mais de 142,3 mil empregos de carteira assinada e nos últimos 12 meses, o saldo é de mais de 334,4 mil empregos formais
Foto: Kid Junior

O Ceará foi o segundo estado com o melhor resultado em saldo de empregos no primeiro semestre. Ao todo, foram 31.529 postos de trabalho ocupados no período, ou seja, são empregos gerados a mais do que as demissões neste período. Neste quesito, o Estado ficou apenas atrás da Bahia, com um total, no acumulado do ano, de 54.435, e em junho de 8.899.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e fazem parte do Boletim Macro Regional, uma publicação mensal do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE, lançado nesta terça-feira (17). Veja ranking abaixo.

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De acordo com o estudo, o Nordeste gerou 45.940 postos de trabalho, com a série ajustada, em junho/24, valor bem superior ao encontrado em junho/23, que foi de 33.182 mil de saldo. Essa é a maior geração de empregos de 2024, mostrando boa performance no mercado de trabalho na região no ano. Especificamente, foram admitidas 281,9 mil pessoas e desligadas 236,0 mil em junho. O estoque é de mais de 7,7 milhões de empregos formais, com variação relativa de +0,60% em relação a maio/2024.

Com relação ao mês de junho, especificamente, todos os estados nordestinos tiveram saldos positivos de geração de emprego, com destaque, além do Ceará e da Bahia, para Pernambuco. Esses três estados, somados, criaram 24,5 mil vagas. O valor corresponde a 53,4% da geração de empregos de toda a região.
 

No acumulado do ano, o Nordeste gerou mais de 142,3 mil empregos de carteira assinada e nos últimos 12 meses, o saldo é de mais de 334,4 mil empregos formais.

"É importante destacar a forte geração de emprego no acumulado do ano de 2024 na Bahia e no Ceará. A situação do acumulado de 2024 em relação a 2023 só piorou em três dos nove estados nordestinos, que foram Alagoas, Maranhão e Piauí", aponta o boletim.

Isadora Osterno, coordenadora técnica do Boletim Macro Regional, afirma que "mais importante do que comparar com os outros estados, é preciso comparar o Ceará com ele mesmo". "Na geração de empregos o Ceará performou muito bem em junho e vem crescendo muito bem ao longo do ano". 

A especialista da FGV ainda reforça que a região na totalidade teve um resultado positivo, que mostra o fortalecimento da economia da região.

Olhar para setores da região

Em uma análise por setor, considerando o mês de junho e apenas a região, e não o recorte por estados, o de Serviços foi o responsável por mais de 17 mil empregos gerados. Em segundo lugar aparece a Indústria com 10,3 mil e, em seguida, vem o Comércio com 9,6 mil vagas. A maior geração de empregos nos serviços se deve ao aumento da importância do setor na composição do produto interno bruto das economias nordestinas. Ao todo, o setor representa 72% daquilo que gera economia na região.

No setor industrial, o ramo da Transformação criou quase 9 mil vagas. Nos serviços, o setor de informação e comunicação ficou com saldo de 9,4 mil empregos em junho/2024. Já no comércio foi o varejista que se destacou, com a criação de 6,2 mil vagas. No setor da Construção, as obras de infraestrutura geraram 1,8 mil vínculos formais de trabalho.

Taxa de desocupação tem média maior do que a nacional

A taxa de desocupação no Nordeste, no segundo trimestre de 2024, foi de 9,4%. O resultado, baixando dos dois dígitos, é considerado positivo, porém o número está acima da média nacional, que ficou, no mesmo período, em 6,9%. O Ceará apontou uma redução no número de pessoas desempregadas, no segundo trimestre, de 7,5%, sendo a segunda menor taxa da região, ficando atrás, apenas, do Maranhão, que fechou o período em 7,3%.

Na região, o estado com mais pessoas desempregadas foi o de Pernambuco, com 11,5%. É importante ressaltar que todos os nove estados e o Brasil apresentaram queda nestes índices, ao comparar o segundo com o primeiro trimestre deste ano.

Rendimento aumentando

No segundo trimestre de 2024, o rendimento médio habitual na região Nordeste continuou a apresentar crescimento positivo, atingindo R$ 2.238,00. Esse valor representa aumento de 8,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando o rendimento médio era de R$ 2.063,00. O Nordeste, nesse indicador, teve o maior crescimento regional do país, seguido das regiões Sul (7,2%) e Sudeste (5,6%).

Comparando com o primeiro trimestre de 2024, que registrou rendimento médio de R$ 2.132,00, o segundo trimestre de 2024 apresentou aumento de 5,0%, indicando uma melhora significativa no curto prazo para a Região.

"A combinação de crescimento anual e trimestral evidencia uma recuperação consistente do poder de compra dos trabalhadores, possivelmente impulsionada por fatores como reajustes salariais e aumento da demanda por mão de obra", aponta o boletim.

Entre os estados nordestinos, o Ceará foi o que menos cresceu, 3,8%, com relação ao mesmo período do ano anterior. Já quando se compara esse segundo trimestre de 2024 com o imediatamente anterior, o rendimento no estado subiu 7,2%. O Rio Grande do Norte foi o que registrou o maior aumento no rendimento médio, 19,8%, sinalizando a valorização dos salários.

No estudo compila dados e traz análises da região

O Boletim Macro Regional, publicação mensal do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE, iniciou neste mês de setembro e será um compilado de dados já consolidados por outras instituições, como o Banco Central, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), IBGE, entre outros. A periodicidade será mensal e também trará análises dos especialista do Centro.

“Trata-se de uma ferramenta essencial para compreender a dinâmica econômica da região. O boletim vai consolidar diversas informações com recorte regional, trazendo análises mensais sobre PIB, mercado de trabalho, inflação, comércio exterior, dentre outros”, explicou Flávio Ataliba, coordenador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste.

O pesquisador destaca que o documento poderá auxiliar na tomada de decisões por parte dos governos, empresas e sociedade civil, "de forma a acelerar o desenvolvimento e promover uma melhora no bem-estar da população nordestina".

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