B3 retira estátua do Touro de Ouro de São Paulo após comissão apontar falta de licença
O monumento foi alvo de denúncias de irregularidades por infração da Lei Cidade Limpa
O Touro de Ouro instalado no centro histórico de São Paulo foi retirado da entrada da Bolsa de Valores (B3) na noite desta terça-feira (23). Ação ocorreu após a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), órgão da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), definir que o equipamento foi instalado de forma irregular, sem licença.
De acordo com a assessoria da B3, o touro foi removido por volta de 21h57. A estrutura foi embalada em plástico para não ser danificada. As informações são do g1.
Não se sabe para onde o Touro de Ouro será levado. Após a retirada, a calçada principal da bolsa de valores foi atingida por tintas vermelhas, com um "protesto".
Conforme o colegiado, a instalação da obra não teve licença urbanística e, portanto, infringiu os artigos 39 e 40 da Lei Cidade Limpa.
A multa, segundo o CPPU, deve ser definida pela Subprefeitura da Sé, responsável pelo local onde o touro está instalado.
Peça publicitária
Ainda conforme a Comissão, a remoção do Touro de Ouro é necessária pois ela possui elementos de peça publicitária, fazendo propaganda de uma das empresas patrocinadoras do monumento.
A marca da empresa "Vai Tourinho", pertencente ao economista Pablo Spyer, aém de logo da XP investimentos, estão inscritas na placa que fica no pé da estátua. Foram cinco votos favoráveis à retirada, contra quatro contrários e uma abstenção.
Comissão
O órgão municipal é apenas consultivo e não tem poder de aplicar sanções diretamente, mas, em deliberação, os conselheiros avaliaram inserção irregular na paisagem urbana de São Paulo e, portanto, decidiram pela necessidade da aplicação de sanções.
O g1 SP procurou a B3 e as empresas patrocinadoras do Touro de Ouro nesta terça-feira (23), mas não houve resposta.
A presidente do CPPU, Regina Monteiro, avaliou que é "inequívoco" que houve infração à Lei Cidade Limpa", "quando a obra foi instalada sem o aval inicial da CPPU, uma vez que a própria Subprefeitura da Sé pede essa aprovação".
"Mais do que nunca, todo mundo vai aprender. A cidade não tem leis demais, como o prefeito falou. A gente é muito claro. Mas a gente vai se aproximar das subprefeituras para mostrar que qualquer elemento colocado na paisagem da cidade tem que passar pela CPPU”, pontuou.