O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, referente à soma de todos os bens e serviços produzidos no Estado, cresceu 2,42% em 2023 — resultado um pouco menor do que o do Brasil, que subiu 2,9%. O número foi divulgado nesta quinta-feira (21) pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Embora o desempenho da economia cearense tenha disparado no quarto trimestre do ano passado, com uma expansão de 5,14% em relação ao mesmo período de 2022, ainda não foi suficiente para ficar acima do nacional. No entanto, ao comparar o quarto trimestre de 2023 com o terceiro trimestre do mesmo ano, o PIB cearense subiu 1,62%, enquanto o PIB brasileiro seguiu estável, com 0,0%.
A previsão do PIB do Estado para este ano, conforme estimativa do Ipece, é de 2,31%. O índice é superior ao previsto para o Brasil, de 1,78%. Em dezembro do ano passado, a estimativa era que o PIB cearense atingisse, neste ano, 1,91%.
O analista de Políticas Públicas Nicolino Trompieri Neto alegou que foi "muito difícil" superar o crescimento do País "pelo desenvolvimento da Agropecuária, com safra recorde, e, também, produção recorde de petróleo, que favoreceu muito as exportações". Características que divergem do Ceará, "que é extrativista".
Setor de serviços puxa alta do PIB
O PIB é composto por três setores: Indústria, Serviços e Agropecuária. No Ceará, no ano passado, a alta no índice foi puxada pelo setor de Serviços, que apresentou um desempenho de 3,40%, maior que o do Brasil, que ficou em 2,4%. O segundo melhor resultado ficou com a Indústria, com 1,09%. Já a Agropecuária teve resultado negativo, com índice de -6,40%.
Para a assessora técnica do Ipece, Cristina Lima, o ano passado "começou com boa expectativa para setor agropecuário". No entanto, devido à quadra chuvosa, que foi considerada irregular, a "expectativa não foi atingida". "Quem plantou no início do ano, teve perda por excesso de água. Quem plantou no meio do ano, teve perda por falta de água. Resultado não foi favorável", continuou a técnica.
Ela também pontuou que a pecuária "suavizou um pouco o resultado do setor", mas não compensou. "Destaque para a produção de leite, que teve 14,5% de crescimento no trimestre", disse.