A retomada do setor aéreo pode ser prejudicada pela guerra na Ucrânia. Isso porque o querosene de aviação (QAV) pode ter altas expressivas devido ao aumento do preço do barril de petróleo, que, apesar de registra uma queda de 13,1% nesta quarta-feira (9), fechou o dia valendo US$ 111,14.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a alta no combustível, que corresponde a 1/3 dos custos do setor, deve prejudicar o atendimento logístico a serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos.
A associação destaca ainda que a situação pode atrapalhar a expansão de mercados regionais e o transporte de cargas e toda a cadeia produtiva do turismo.
O QAV alcançou patamar recorde em 2021, ano em que acumulou alta de 76,2%, superando as variações do diesel (+56%), gasolina (+42,4%) e gás de cozinha (+36%), segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
" A Abear defende que medidas emergenciais de contenção de preços que possam ser tomadas durante a vigência do conflito incluam o QAV, amenizando dessa forma a crise do setor", disse a associação em nota.
Preço dos bilhetes aéreos
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, afirma que, caso não haja medidas por parte do Congresso Nacional ou governo executivo, pode haver aumentos sobre os preços dos bilhetes aéreos e redução da malha viária.
Segundo ele, o aumento nos custos pode tornar inviável para as companhias operar voos para locais mais distantes dos grandes centros econômicos, que não tenham uma demanda alta e frequente.
"O barril de petróleo chegou ao seu nível mais alto desde 2008. Em 2008, o dólar estava a R$ 2,30, hoje está a R$ 5. Esse barril é dolarizado e o queronese é 35% do custo do bilhete aéreo no Brasil. É um cenário muito duro, muito difícil", lamenta.
Alta no barril de petróleo
O conflito entre Rússia e Ucrânia tem impactado nos preços mundiais do barril de petróleo, o que tem efeito de cadeia sobre a economia brasileira, com encarecimento dos combustíveis.
A commoditie chegou no maior preço desde 2008 nesta semana e a perspectiva é que continue em trajetória de alta, após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar o banimento das exportações de petróleo da Rússia como sanção diante da guerra.