Influencer Bruno Lima é investigado por supostos golpes com rifas de carros de luxo

O influenciador ficou conhecido nas redes por compartilhar, rotineiramente, brincadeiras com a família

Escrito por Redação ,
Imagem do influenciador digital Bruno Lima
Legenda: O influenciador abriu, recentemente, uma loja de veículos automotores
Foto: Reprodução/Instagram

O influenciador digital Bruno Lima, de 24 anos, é investigado pela Polícia Civil de São Paulo (PC-SP) pela participação em um suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de rifas online de carro de luxo. O influencer que mora na cidade de Campinas, em São Paulo, possui 10,5 milhões de seguidores, somando Instagram e TikTok.

Em um dos vídeos publicados por Bruno nas redes sociais, ele divulga a rifa de uma BMW modelo i8 — avaliada em mais de 700 mil pela tabela fipe — por R$ 1,29. Segundo a PC-SP, vídeos como esse chamaram a atenção dos investigadores.

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“As investigações se pautaram muito no acompanhamento da rede social do investigado, de modo que foi possível perceber 'inúmeras' pessoas se queixando da inexistência de comprovação clara e específica em relação a quem seriam os vencedores dos sorteios, e também da presença destes veículos que ora eram sorteados na loja de veículos aberta pelo investigado”, diz o delegado do caso, Luiz Fernando Dias.

COMUNICADO NAS REDES

Na manhã desta terça-feira (10), ele emitiu um comunicado citando a investigação da Polícia Civil e afirmando que “se Deus quiser” ele irá voltar a fazer as rifas.

“Nunca enganamos nenhuma pessoa, nenhum ganhador, nenhum resultado foi burlado, todos receberam, separamos cada ganhador, cada transferência, mas não quiseram nem sequer aceitar esses documentos (que os mesmos pediram após irmos explicar como funcionava detalhe por detalhe)”, começou dizendo. 

Print de stories do influenciador Bruno Lima
Legenda: Na manhã desta terça-feira (10), o investigado emitiu um comunicado citando a investigação da Polícia Civil
Foto: Reprodução/Instagram

“Nunca precisei pagar ninguém para chegar onde cheguei. […] Estou tentando manter a cabeça no lugar e cuidar da minha filha, esposa e família”, diz outro trecho do comunicado.

O influenciador ainda afirma a equipe jurídica está “trabalhando no processo” e em breve vai voltar a trabalhar com a cabeça erguida.

OPERAÇÃO HERMES

Na manhã da segunda-feira (9), policiais civis da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) deflagraram uma operação contra lavagem de dinheiro que mira rifas online de carros de luxo em Campinas.

Ao todo, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Campinas e em Monte Mor, ambas no interior de São Paulo.

De acordo com os investigadores, os alvos, que são pai, filho e um policial militar afastado, movimentaram pelo menos R$ 7 milhões em oito meses. Até o momento desta matéria, ninguém foi preso.

Além de celulares e eletrônicos, a polícia também apreendeu 14 veículos, dentre eles automóveis de luxo, que seriam usados nos sorteios.

FUNCIONAMENTO DO SUPOSTO ESQUEMA

  • Os investigados anunciavam, através das redes sociais, sorteios de veículos de luxo e diziam que as rifas eram vinculadas à Loteria Federal;
  • Após a realização do sorteio, os investigados anunciavam que o suposto vencedor teria optado por receber o prêmio via Pix, sendo assim, o prêmio do sorteio não era entregue ou transferido à pessoa vencedora;
  • Segundo os investigadores, havia “inúmeras” reclamações sobre a falta de comprovação em relação aos vencedores e a presença dos veículos sorteados na loja aberta por um dos investigados.

Somado a isso, uma loja de veículos automotores, recém aberta por Bruno, teria motivado as investigações.

“Todos esses elementos nos levaram a crer que esta loja de veículos automotores, recém aberta pelo investigado, teria sido, na verdade, para prática da lavagem de dinheiro decorrente da contravenção penal de jogos de azar”, afirma o delegado.

SUSPENSÃO DAS REDES

A Justiça determinou a suspensão das redes sociais dos alvos da investigação, bem como o bloqueio das contas correntes.

“É uma prática que tem sido disseminada de maneira paulatina nas redes sociais, e que não é objeto de suspensão das atividades pelas plataformas porque acreditam que há necessidade de você ter uma ordem judicial para este fim. A alegação deles é sempre que não se responsabilizam pelo que o usuário posta nas redes sociais”, destaca o delegado.

Após a conclusão das investigações, caso as suspeitas da Polícia se concretizem, os carros apreendidos serão usados para abater a dívida de eventuais crimes tributários ou ressarcir vítimas que tiveram grande prejuízo, informou o delegado do caso.

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