Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso abrem queixa formal contra ataque racista de portuguesa
A mulher branca de 57 anos proferiu ofensas racistas contra os filhos do casal e contra um grupo de angolanos, no sábado (30), em um restaurante de Portugal
A Polícia de Portugal confirmou ter recebido uma queixa formal dos atores brasileiros Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank contra a mulher que proferiu ofensas racistas contra os filhos do casal. As informações foram divulgadas pelo Jornal Hoje, da TV Globo.
O caso foi encaminhado para o Tribunal Judicial de Almada e, a partir de agora, as autoridades iniciam uma investigação para apurar os fatos, ocorridos em um restaurante na Costa da Caparica no último sábado (30).
Veja também
A mulher foi identificada como Maria Adélia Coutinho Freire de Andrade de Barros, uma portuguesa branca de 57 anos. Além das crianças Títi e Bless, a mulher ofendeu um grupo de angolanos que estava no estabelecimento.
Ela foi detida quando Gagliasso chamou a polícia, e pode pegar uma pena de seis meses a cinco anos de prisão. Tudo depende de como a Corte Portuguesa enquadrará o caso.
O restaurante onde aconteceu o ataque racista disse que repudia o ato e se colocou à disposição para fornecer as imagens de câmeras de segurança.
Giovanna agradece apoio
Na tarde desta segunda-feira (1º), Giovanna foi ao Twitter agradecer pela rede de apoio recebida pela família desde que o caso veio à tona. A atriz se diz consciente do privilégio e reconhece que tamanha comoção ocorreu por se tratar de um casal branco, pedindo que famílias pretas também sejam ouvidas.
"Agora estamos com nossos filhos do lado – com todo o amor que podemos dar a eles – para que eles saiam fortes perante o que viram e ouviram", escreveu.
"Seguiremos, serenos, com amor. E caminharemos deste nosso lugar de privilégio nos comprometendo a seguir combatendo ativamente na luta antirracista pois, mais uma vez: racismo é crime", concluiu.
Repercussão
O caso ganhou repercussão após a publicação de um vídeo em que Giovanna aparece discutindo com a mulher. Nas imagens que viralizaram nas redes sociais, a atriz aparece exasperada. “Você é horrorosa, você é nojenta. Olha sua cara. Você merece uma porrada na sua cara”, grita à suspeita.
Em entrevista concedida ao Fantástico neste domingo (31), a atriz disse que foi a primeira vez que Titi viu ela combater racismo "de frente". "Ela ficou muito assustada. Ela entendeu tudo", disse.
Presidente se manifesta
Também nesta segunda, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, se pronunciou, em nota oficial, sobre o caso. Segundo ele, "qualquer comportamento racista ou xenófobo é condenável e intolerável, e deve ser devidamente punido, seja qual for a vítima". O pronunciamento foi publicado no site oficial do governo português.
No texto reproduzido, Marcelo Rebelo admite que "há setores racistas e xenófobos entre nós". Em contrapartida, ele pediu que esse comportamento não seja "generalizado". "O comportamento da sociedade portuguesa é, em regra, respeitador dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana", pontua.
'Variadas origens'
Na nota, o presidente ainda comenta que Portugal é um local com "pessoas das mais variadas origens, que aqui chegaram há poucos ou há muitos anos, alguns há séculos".
"Não há 'portugueses puros', somos todos descendentes de culturas, civilizações e origens muito diversas. Somos todos transmigrantes, todos temos familiares e amigos que vivem ou viveram fora do quadro geográfico físico de um país; tal como tantos que aqui encontram uma melhor vida. E todos somos Portugal", finaliza.