Conheça a trágica história real de Jane Grey, protagonista de 'My Lady Jane'

A "Rainha dos Nove Dias" ficou no trono entre 10 de julho e 19 de julho de 1553

Escrito por Beatriz Rabelo , beatriz.rabelo@svm.com.br
Rainha Lady Jane Grey
Legenda: Na série do Prime Video, Lady Jane Grey é interpretada por Emily Bader
Foto: Wikimedia Commons e Divulgação/Prime Video

A nova série do Prime Video, "My Lady Jane", tem causado muitos burburinhos nas redes sociais pela releitura da trágica história de Lady Jane Grey. Mas o que realmente aconteceu com essa nobre monarca britânica que foi rainha por apenas nove dias? 

Lady Jane Grey nasceu em 1537, sendo a filha mais velha do Duque de Suffolk, Henry Grey. Além disso, era bisneta do Henrique VII, rei da Inglaterra de 1485 até 1509. Aos 10 anos, passou a receber uma educação imersa em ambiente fortemente protestante

Retrato de Lady Jane Gray
Legenda: Retrato de meio corpo de Lady Jane Gray, "a Rainha dos Nove Dias" da Inglaterra
Foto: Wikimedia Commons

Ela foi proclamada rainha depois da morte do primo dela, o rei protestante Eduardo VI, filho do rei Henrique VII com Joana Seymour. Apesar dela ser a quinta na linha de sucessão ao trono, Lady Jane foi uma escolha direta de Eduardo VI, por ela também ser protestante. 

Quem foi Lady Jane?

Aos 16 anos, Lady Jane se casou com o Lord Guildford Dudley, filho de Northumberland. A união ocorreu após uma relação entre o pai de Jane e o pai de Guildford, que também era protestante. 

Quadro de Lady Jane Gray com o marido Lord Guildford Dudley
Legenda: Quadro de Lady Jane Gray com o marido Lord Guildford Dudley, pintado por Charles Robert Leslie em 1827
Foto: Wikimedia Commons

Assim, quando Jane subiu ao trono, ela representava não apenas a família, como também o protestantismo, uma vertente do cristianismo. Nesse jogo político, Northumberland buscava evitar a ascensão da meia-irmã do rei Eduardo VI, a católica Maria Tudor.  

Conselho recusa escolha do rei

Apesar da nomeação direta do rei, o Conselho se voltou contra essa decisão e se uniu para colocar Maria I, irmão de Eduardo VI. Conforme a revista britânica Historic UK, especializada em eventos históricos do Reino Unido, eles defendiam uma sucessão que tivesse uma relação mais direta à família real. 

O retrato de Lady Jane Grey em Streatham
Legenda: Rainha Lady Jane ficou no trono entre 10 de julho e 19 de julho de 1553
Foto: Wikimedia Commons

Nesse cenário, os conselheiros de Lady Jane não conseguiram protegê-la, e o pai dela contribuiu com a queda da própria filha, por tentar organizar uma rebelião. Porém, Maria Tudor tinha apoio popular e até o pai de Jane a abandonou, convencendo a jovem a renunciar a coroa. 

A Rebelião Wyatt, como ficou conhecida, foi nomeada pelo soldado considerado "rebelde", Sir Thomas Wyatt.

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Decapitada em 1554

Após a breve rebelião, Lady Jane e o marido, o Lorde Guilford Dudley, foram retirados do palácio em que estavam e presos na Torre de Londres. Ambos foram julgados por alta traição, em novembro de 1553. Jane se declarou culpada. 

Quadro Lady Jane do pintor Paul Delaroche
Legenda: Quadro "Execução de Lady Jane Gray" (1834), do pintor Paul Delaroche, exposto na Galeria Nacional de Londres
Foto: Wikimedia Commons

Ela ficou no trono entre 10 a 19 de julho de 1553, sendo o reinado mais curto. Na história, é lembrada como a "Rainha dos Nove Dias".

Guildford foi executado primeiro, em Tower Hill. Já a decapitação da Lady Jane Grey ocorreu no dia 12 de fevereiro de 1554. Ela teria amarrado um lenço em volta dos olhos antes de ser decapitada, o que inspirou o famoso quadro de Paul Delaroche. 

 

 

 

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