Vacina que virá para o Brasil se mostrou 90% segura em aplicações feitas durante estudo na China
Na China, análise da vacina foi feita em 743 pessoas, com idades entre 18 e 59 anos
A vacina contra o novo coronavírus que virá para o Brasil e será produzida em parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac Biotech se mostrou segura em suas primeiras aplicações feitas na China. A empresa chinesa divulgou comunicado em que afirma que mais de 90% das pessoas que receberam a injeção não tiveram efeitos colaterais em um intervalo de 14 dias.
As doses serão testadas no Brasil, em São Paulo, quando o estudo tiver na fase três, que corresponde ao estágio em que os resultados das fases anteriores permitem que os cientistas façam testes em grupos de milhares de voluntários, segundo informações publicadas no Uol.
Na China, análise da vacina foi feita em 743 pessoas, com idades entre 18 e 59 anos. Parte do grupo recebeu doses da vacina e parte um placebo. Para que o teste seja eficiente, nem os cientistas nem os voluntários sabem quem tomou o que.
Segundo o coordenador da clínica de imunizações da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SP), Alfredo Gilio, esse procedimento é chamado de “duplo-cego”. “E ele é randomizado, ou seja, sorteia, equilibra os grupos, porque tem um monte de detalhes que podem influenciar no resultado”, declarou ao Uol. Os resultados ainda não foram divulgados em periódicos científicos.
A vacina
O produto está sendo desenvolvido com um vírus inativo, o que a torna mais segura, pois é mais difícil de causar doença. Porém, também há desvantagens porque esse tipo de vacina não desperta o sistema imunológico, sendo necessário usar de adjuvantes, substâncias que precisam ser adicionadas à vacina para induzir a resposta do corpo, segundo explicou o virologista do Centro de Tecnologia de Vacina e pesquisador do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O corpo é “despertado” pela substância quando uma célula defesa reconhece o vírus, produzindo moléculas químicas que atraem mais células do sistema imune para aquele local. Essa reação produz o anticorpo e mais células de defesa, ou seja, faz com que a vacina funcione, detalhou ao Uol o virologista.