Após 53 dias internado com Covid-19, paciente usa faixa para agradecer profissionais da saúde

A homenagem foi prestada aos profissionais de saúde do Hospital Leonardo da Vinci, unidade referência em Fortaleza no atendimento exclusivo de pessoas diagnosticadas com coronavírus

Escrito por Thatiany Nascimento , thatiany.nascimento@svm.com.br
Policial federal agradeceu o tratamento recebido no Hospital Leonardo da Vinci
Legenda: Policial federal agradeceu o tratamento recebido no Hospital Leonardo da Vinci

A internação devido à Covid durou 53 dias, sendo 43 dias na UTI e, destes, 30 em coma e intubado. Mas, a história do policial federal, Rucley Cavalcante Braga, é de celebração de vida. Ele teve alta no dia 12 de maio e está curado da doença, mesmo que ainda tenha algumas sequelas. Rucley passou por três unidades de saúde: UPA de Messejana, Hospital Leonardo da Vinci e Hospital Waldemar de Alcântara, em Fortaleza. Na semana passada, como forma de agradecer, mandou fixar uma faixa na entrada do Hospital Leonardo da Vinci, agradecendo os cuidados prestados pelos profissionais da saúde.
 
A mensagem diz: "Gratidão aos profissionais do Hospital Leonardo da Vinci. Pela misericórdia de Deus vocês salvaram minha vida". Expressão dos sentimento de Rucley que garante ser essa a forma encontrada para reconhecer o esforço de tantas pessoas que ajudam a salvar vidas.
 
O Hospital Leonardo da Vinci foi requisitado à iniciativa privada pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), ainda em março, para ser uma unidade de referência no atendimento exclusivo de pessoas diagnosticadas com coronavírus no Ceará. No início de junho, o hospital completou mais de mil atendimentos e registrou cerca de 500 pessoas recuperadas, conforme a Sesa.
 
Conforme o policial federal, a vida agora pede adaptações. Rucley, atualmente está na casa dos pais e ainda se recupera da doença. "Eu saí e cheguei em outro mundo. Tá todo mundo trancado em casa. Como eu estou impossibilitado de locomoção, pelo menos, fico em casa mesmo". Ele está licenciado e ressalta "Eu só tinha tirado licença uma vez, há uns 15 anos para fazer uma cirurgia. Mas, o que quero agora é me aproximar de Deus e procurar saúde e paz".
 
Ele suspeita ter sido contaminado ao participar de uma apreensão feita no Aeroporto Internacional Pinto Martins ainda em março. "Eu fiz esse trabalho e depois fui para uma casa de praia. Lá, eu tive febre. Desmaiei. Tive falta de ar. Eu tinha acabado de sair um plano de saúde para outro e não tinha carência para ser internado", diz. Rucley foi levado à UPA de Messejana e no local, segundo ele, aguardou dois dias e de lá seguiu para o Leonardo da Vinci.
 
Na unidade, Rucley ficou em coma durante 30 dias. "Não tenho noção do que vivi nos 30 dias que fiquei em coma. Eu só sei que eu sonhava e tinha pesadelo. Quando acordei foi um susto imenso. Eu fiquei 30 dias apagado", relata. Quando apresentou melhoras e o quadro evoluiu, o paciente foi encaminhado ao Hospital Waldemar de Alcântara, onde ficou em um leito de semi-UTI até receber alta.
 
No dia da alta, relata ele, colegas fizeram um comboio "foi bem emocionante. é uma sensação incrível", completa. Rucley, ao sair do Hospital ainda não conseguia caminhar. Atualmente, ele segue em tratamento com medicação e fisioterapia. "Estou me recuperando. Tenho dificuldade na locomoção, cansaço. Mas, aos poucos, vou melhorando".

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