Restaurante no Benfica relata ter sofrido golpe e faz campanha para não ir a leilão
Maha Sati, proprietária do Mandir, diz que responsáveis pela obra do estabelecimento iniciada em 2019 sumiram
O tradicional restaurante vegetariano e vegano de Fortaleza Mandir, no bairro Benfica, está correndo o risco de encerrar as atividades. Na última sexta-feira (14), o perfil do estabelecimento tornou público o assunto e iniciou uma campanha para impedir que a casa feche as portas.
De acordo com Maha Sati, proprietária do restaurante, engenheiros responsáveis pela obra iniciada no local antes mesmo da pandemia deram um golpe no estabelecimento. As melhorias incluíam uma expansão da laje, reforma na cozinha e nas partes elétrica e hidráulica.
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Ela relata que quando o escritório de engenharia começou a obra da lage, foi informado que a lage já existente não estava segura e haveria a necessidade de fazer uma nova.
"Com isso, foi preciso quebrar tudo, fazer pilares e vigas de sustentação. A reforma virou uma obra grande e complexa. Eu comecei a perceber que o serviço não caminhava e os valores começaram a aumentar", lembra Maha.
O empréstimo contraído para a melhoria na casa acabou não sendo o suficiente em decorrência das mudanças no meio da obra. "Pegamos mais três empréstimos porque o dinheiro ia e a obra estava muito lenta. Aí veio a pandemia e eu precisei parar a obra da casa e focar na cozinha para voltar a trabalhar com o delivery".
Trabalhadores sumiram
Segundo Maha, quando a pandemia começou a abrandar, os responsáveis pela obra não deram mais satisfação. "Sumiram, não retornavam as ligações e nunca voltaram nem para pegar os equipamentos. Deixaram tudo lá e ainda deu trabalho para desfazer das coisas".
Com o prejuízo e o faturamento ainda muito abaixo do normal em função da crise sanitária, as parcelas do financiamento do imóvel onde funciona o estabelecimento atrasaram e se acumularam.
"Hoje o financiamento virou uma bola de neve e a Caixa está com processo para tomar a casa e ir a leilão. Temos ainda uma oportunidade de negociar, porém tem que ser feita a negociação com urgência", disse o Mandir na rede social do restaurante.
Além de os profissionais terem sumido, ela conta que o pouco da obra que foi entregue "dá muito trabalho até hoje". "Na parte elétrica foram colocados fios de qualidade inferior, sendo que compramos fios de qualidade. Dá mal contato, choque e curto. Os canos não têm vazão de água, qualquer coisa entope", diz a proprietária.
Venda de vouchers
Como última tentativa de evitar que o imóvel vá a leilão, o estabelecimento está vendendo vouchers de consumação no local para angariar os recursos necessários. Maha revela que toda a situação a adoeceu mentalmente. "Entrei em depressão forte e muita crise de ansiedade".
"Eu adoeci de uma forma que não consegui manter o financiamento e quando fomos atrás pra negociar as parcelas em aberto, descobrimos que já estava na fila do cartório para assinar a posse da casa", diz Maha Sati.
Os vale-presentes estão disponíveis em valores entre R$ 50 e R$ 300 e, de acordo com o Mandir, garantem também um mimo não especificado para os participantes da campanha. Além da compra dos vouchers, os responsáveis relataram que também estão aceitando doações e ofertas de empréstimos.
'Vakinha' online
Além das redes sociais, o apelo também foi feito por meio da plataforma "Vakinha", que tem como objetivo levantar recursos por meio de financiamento coletivo.
Nomeada "Não deixe o Mandir fechar", a campanha tem o objetivo de arrecadar R$ 40 mil para o restaurante. Até a manhã deste domingo (16), 29 pessoas já tinham apoiado a causa, totalizando R$ 1.280,35 em doações.