Queda de avião, jacarés e dinamites: veja 8 fatos da Lagoa da Parangaba que já foram notícia

Fortalezenses já ocuparam lagoa como praia e local já teve passeio de barco inflável por R$1

Escrito por João Lima Neto , joao.lima@svm.com.br
Em diferentes décadas, Lagoa da Parangaba ganhou holofotes por questões ambientais e acidente aéreo
Legenda: Em diferentes décadas, Lagoa da Parangaba ganhou holofotes por questões ambientais e acidente aéreo
Foto: Arquivo Diário do Nordeste

Lagoa da Parangaba é um dos cartões portais mais icônicos da capital cearense. Além de ponto de referência para o tráfego ou para quem caminha na região, muitos fatos aconteceram naquelas águas.
 
Selecionamos 8 fatos sobre a Lagoa da Parangaba, do acervo do Diário do Nordeste, que viraram notícias desde 1980.

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1. Dez bananas de dinamite encontradas na Lagoa da Parangaba (Fevereiro de 1987) 

Dando prosseguimento às investigações sobre o plano de fuga dos detentos do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), policiais da Delegacia de Roubos encontraram, no dia 23 de fevereiro de 1987, mais 10 bananas de dinamite que seriam utilizadas para a explosão da muralha daquela penitenciária.

A "mercadoria" estava acondicionada em um saco plástico e foi jogada na Lagoa de Parangaba. Para chegar aos explosivos, os policiais civis tiveram de deter uma doméstica que era costumeiramente vista no interior do IPPS. 

Dias antes, a mesma equipe de policiais encontrou, no bairro do Montese, 10 dinamites do tipo britanite que seriam usadas no IPPS.  

2. Avião bimotor cai na Lagoa da Parangaba (julho de 1989) 

Bombeiros usaram câmeras de ar para retirar o avião
Legenda: Bombeiros usaram câmeras de ar para retirar o avião
Foto: Arquivo/Diário do Nordeste/Ari Saraiva

Em 25 de julho de 1989, um avião bimotor caiu na Lagoa da Parangaba. Na época, a reportagem conversou com as vítimas do acidente.

Os pilotos chegavam em Fortaleza para um trabalho de manutenção no avião, quando aconteceu o imprevisto. A quatro minutos da cabeceira da pista do Aeroporto Pinto Martins, os dois motores do bimotor pararam.

Nota sobre retirada da aeronave da Lagoa da Parangaba
Legenda: Nota sobre retirada da aeronave da Lagoa da Parangaba
Foto: Arquivo/Diário do Nordeste


"Mantivemos a calma e conseguimos um pouso tranquilo na Lagoa de Parangaba, evitando uma tragédia", explicou o piloto José Heitor Barcelar.

Os dois tripulantes do bimotor residiam em Belém, no Estado do Pará, e já atuavam há 25 anos com aviação.

O avião que fez o pouso forçado na lagoa era da empresa Mineração Transamazônica, localizada em Monte Dourado, no Pará. Ozimar Correia da Silva disse para reportagem que a viagem na capital cearense seria para um trabalho de manutenção na aeronave.

"Toda aeronave, depois de 100/horas de voo, tem que ir para manutenção. Isso seria feito na Cemave, aqui em Fortaleza. Esse trabalho demoraria uns 10 a 15 dias. Retornaríamos logo em seguida para Belém", explicou o piloto.

A aeronave foi retirada das águas da Lagoa da Parangaba na madrugada do dia 26 de julho de 1989. O avião foi levado à Base Área de Fortaleza para passar por perícia. 

3. Banhistas trocam praias pelas lagoas nos fins de semana (Novembro de 1990) 

Banhistas em mesas na Lagoa da Parangaba
Legenda: Banhistas em mesas na Lagoa da Parangaba
Foto: Arquivo/Miguel Portela/Diário do Nordeste

Em 12 de novembro de 1990, o jornal noticiou a mudança de hábito do fortalezense ao trocar praias por lagoas aos fins de semana de lazer.

Na época, a prefeitura mandou construir barracas e quiosques na Lagoa da Parangaba. A presença dos banhistas também era intensa na Lagoa da Messejana e Lagoa do Tabapuá.

4. Pescador atacado por um jacaré (junho de 1994) 

Um jacaré de mais de 1,5 metro atacou um pescador na Lagoa de Parangaba, em 1º de junho de 1994. Foi o terceiro ataque registrado na época.

A vítima foi o pescador Failton César de Freitas, de 20 anos, que, apesar de saber dos perigos da lagoa, resolveu pescar dentro de uma boia de borracha.

Pela tarde, uma patada do animal levou-lhe parte da coxa esquerda e deixando-lhe quase uma semana no Hospital dos Acidentados na espera de condições para um enxerto.

5. Passeio de barco inflável a R$1 (Agosto de 1997) 

Pais pagavam R$1 por 30 minutos de uso em barco inflável
Legenda: Pais pagavam R$1 por 30 minutos de uso em barco inflável
Foto: Arquivo Diário do Nordeste/André Lima

Aos fins de semana, fortalezenses lotavam à Lagoa da Parangaba em momentos de lazer. Moradores da região chegaram a criar um sistema de aluguel de barcos infláveis. 

Para cada 20 minutos no barco, com capacidade para suportar até 90 quilos, cobrava-se R$ 1.

6. Jacaré de 80 kg quebra rotina na Lagoa da Parangaba (agosto de 1999) 

Pescadores capturaram durante pesca com rede
Legenda: Pescadores capturaram durante pesca com rede
Foto: Arquivo/André Lima/Diário do Nordeste

O aparecimento de um jacaré de 1,60 metro de comprimento e cerca de 80 quilos quebrou a rotina das pessoas que moram nas proximidades da lagoa de Parangaba. O animal, do sexo masculino, foi encontrado morto e preso numa rede de pesca. A rede - feita de linha nylon - tinha sido jogada na lagoa e estava armada para pegar tambaquis, segundo explicou o pescador Francisco Adailton da Silva.

7. Crianças morrem afogadas em Lagoa (julho de 2007) 

Bombeiros em buscas na Lagoa da Parangaba
Legenda: Bombeiros em buscas na Lagoa da Parangaba
Foto: Arquivo/Diário do Nordeste

Uma menina de 12 anos e um garoto de 10 anos morreram afogadas nas águas da Lagoa da Parangaba em 16 de julho de 2007.

O menino acompanhava o pai, que atuava como flanelinha na região. A menina aguardava a tia deixar uma barraca da feira. 

8. Margem da Lagoa já serviu de "casa" para desabrigados (novembro de 2008) 

O pescador Daniel Sousa, na época aos 35 anos, não tinha onde morar. A saída foi montar uma "casa" improvisada às margens da Lagoa da Parangaba. Natural de Maranguape, ele dividia espaço com Maria Aparecida, 35.

O pescador se alimentava e tirava lucro da venda de camarões da Lagoa da Parangaba. Ele também recebia doações de moradores da região.

Na época da matéria, a Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), órgão vinculado à prefeitura, declarou que os moradores seriam beneficiados com uma moradia no Conjunto Habitacional Jana Barroso, no Itaperi. Caso ele ainda não fizesse parte do cadastro de pessoas em situação de rua do município, uma equipe do órgão iria ao local. 

 

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