CE recebe alerta de baixa umidade do ar que pode afetar saúde; conheça riscos e como prevenir

O ideal é que a umidade varia entre 40% e 70%. Abaixo disso, podem ser mais recorrentes crises de asma, infecções virais e bacterianas

Escrito por
André Costa producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 09:05)
Legenda: A principal recomendação de especialista é a alta ingestão de líquidos
Foto: Kid Junior

Pelo quarto dia consecutivo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta apontando para a baixa umidade relativa do ar em diversas cidades cearenses. O mais recente aviso indica que 100 municípios do Estado estão com umidade variando entre 30% e 20% (confira lista ao fim desta matéria). Este índice, além de trazer riscos ao meio ambiente, representa uma ameaça à saúde humana.

O alerta meteorológico foi emitido nesta quinta-feira, 11, e é válido até às 11 horas de hoje. Ele, no entanto, pode ser renovado. 

O médico Álvaro Madeira, mestrando Gestão em Saúde, adverte que a baixa umidade do ar pode causar problemas de saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Segundo ele, é comum secura das mucosas nasais, exacerbação de conjuntivites alérgicas, dermatite atópica, asma e rinite alérgica.

"O ideal é que a umidade varia entre 40% e 70%. Abaixo disso, há risco de afetar o organismo de todos os seres vivos. Quando se tem uma queda, além da dificuldade de dispersão dos gases poluentes, a gente tem uma série de problemas, dentre elas, o ressecamento das mucosas das vias aéreas", detalha o médico.

A baixa umidade [do ar] torna o indivíduo bastante vulnerável a crises de asma, a infecções virais e bacterianas, além de um maior risco de desidratação. Há também problemas oculares e também temos uma crescente nos casos de alergia neste período. 
Álvaro Madeira
Médico

Cuidados

Diante deste cenário de risco à saúde, o médico pontua medidas cautelares e preventivas que podem ser adotadas para reduzir os efeitos da baixa umidade. "É importante evitar a prática de exercício físico entre 10h e 16 horas, sobretudo a partir 14h, pois é um período no qual cai mais ainda a umidade relativa do ar", explica Álvaro.

Outra medida recomendada pelo médico é o aumento da ingestão hídrica e, ao se expor ao sol, "se proteger, com chapéu e óculos, por exemplo". 

Meio ambiente 

Não é só à saúde humana que esse evento pode representar uma ameaça. A meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Meiry Sakamoto, explica que a baixa umidade contribui para condições predominantemente mais secas do solo e da vegetação, "reduzindo, assim, a evapotranspiração para a atmosfera”.

Com a redução das chuvas e da nebulosidade no segundo semestre, observa-se maior incidência de radiação solar e temperatura mais alta, além disso, os ventos se tornam mais intensos, tudo isso contribui para que aumente a evaporação, por isso, a vegetação e os solos ficam mais secos.
Meiry Sakamoto
Gerente de meteorologia da Funceme

Essa evapotranspiração a qual se refere é, essencialmente, a perda de água do solo por evaporação e a perda de água das plantas por transpiração. Conforme a especialista, quanto maior for a distância do oceano, maior também é a chance de que a umidade do ar despenque, portanto, a região interiorana costuma ter os mais baixos índices. 

Aumento das queimadas

O Inmet aponta que outro problema advindo da baixa umidade do ar diz respeito ao aumento potencial das queimadas. "A própria ausência de chuvas também contribui pois torna a vegetação seca, tornando-a combustível para o fogo. E depois que uma queimada ou incêndio florestal começa, os ventos podem contribuir para alastrar o fogo", acrescenta Meiry.

Para o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Mardens Vasconcelos, o fato de a quadra chuvosa neste ano de 2022 ter sido acima da média, pode representar "um risco extra às queimadas, pois cresceu muita vegetação e, neste segundo semestre, ela tende a secar e se tornar material para combustão".

Nos primeiros seis meses deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou apenas 85 focos de queimadas em vegetação, um número inferior à média histórica. Nos seis primeiros meses deste ano, em todos eles a quantidade de focos de incêndio ficou inferior ao comparativo de mês a mês com o ano passado. No semestre inicial de 2021, foram 308 queimadas, um aumento de 262%.

Veja também

"No primeiro semestre tivemos muitas chuvas e isso impacta positivamente na redução das queimadas. Agora, nossa atenção está voltada para estes últimos meses do ano que, historicamente já há um aumento dos incêndios e, em especial, neste ano terá mais vegetação seca propícia a ser incendiada", explica Vasconcelos.

Novembro e dezembro são os meses com maior média de incêndios, 4.760 e 4.816 focos, respectivamente. "Este alto número pode, sim, ser reduzido. Grande parte das queimadas tem ação antrópica, portanto, com a contribuição da população, podemos diminuir e muito estes incêndios", finaliza. 

Confira as cidades que estão com alerta para baixa umidade:

  • Abaiara
  • Acopiara
  • Aiuaba
  • Altaneira
  • Alto Santo
  • Antonina do Norte
  • Ararendá
  • Araripe
  • Arneiroz
  • Assaré
  • Aurora
  • Baixio
  • Banabuiú
  • Barbalha
  • Barro
  • Boa Viagem
  • Brejo Santo
  • Campos Sales
  • Canindé
  • Caririaçu
  • Cariús
  • Carnaubal
  • Catarina
  • Catunda
  • Cedro
  • Choró
  • Crateús
  • Crato
  • Croatá
  • Deputado Irapuan Pinheiro
  • Ererê
  • Farias Brito
  • Graça
  • Granjeiro
  • Guaraciaba do Norte
  • Hidrolândia
  • Ibaretama
  • Ibicuitinga
  • Icó
  • Iguatu
  • Independência
  • Ipaporanga
  • Ipaumirim
  • Ipu
  • Ipueiras
  • Iracema
  • Itapiúna
  • Itatira
  • Jaguaretama
  • Jaguaribara
  • Jaguaribe
  • Jardim
  • Jati
  • Juazeiro do Norte
  • Jucás
  • Lavras da Mangabeira
  • Limoeiro do Norte
  • Madalena
  • Mauriti
  • Milagres
  • Milhã
  • Missão Velha
  • Mombaça
  • Monsenhor Tabosa
  • Morada Nova
  • Nova Olinda
  • Nova Russas
  • Novo Oriente
  • Orós
  • Parambu
  • Pedra Branca
  • Penaforte
  • Pereiro
  • Piquet Carneiro
  • Pires Ferreira
  • Poranga
  • Porteiras
  • Potengi
  • Potiretama
  • Quiterianópolis
  • Quixadá
  • Quixelô
  • Quixeramobim
  • Quixeré
  • Reriutaba
  • Russas
  • Saboeiro
  • Salitre
  • Santana do Cariri
  • Santa Quitéria
  • São João do Jaguaribe
  • Senador Pompeu
  • Solonópole
  • Tabuleiro do Norte
  • Tamboril
  • Tarrafas
  • Tauá
  • Umari
  • Varjota
  • Várzea Alegre

Newsletter

Escolha suas newsletters favoritas e mantenha-se informado
Este conteúdo é útil para você?