Calçadas, pontos de ônibus, arborização: IBGE mapeia estrutura e o que falta em bairros de Fortaleza
Pesquisa foi iniciada nesta segunda-feira (20) e faz parte da preparação para o Censo de 2022
Como estão as calçadas do seu bairro? O saneamento básico está ok? Há pontos de ônibus na sua rua? E a arborização, é suficiente? A partir desta segunda (20), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) percorre todos os bairros de Fortaleza para tentar mostrar essas respostas.
Até o dia 12 de julho, cerca de 900 agentes devem circular em Fortaleza e nas zonas urbanas do Ceará para coletar informações sobre infraestrutura, acessibilidade, mobilidade, arborização e outros aspectos que influenciam diretamente na vida da população.
Só na capital, cerca de 200 supervisores vão caminhar por vielas, ruas e avenidas para compor a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios – “um trabalho totalmente visual”, como explica Theo Levi Sales, coordenador de área do Censo 2022 do IBGE.
“É um reconhecimento de toda a zona urbana das cidades, para mapear elementos que você está na rua e identifica, como obstáculos nas calçadas, árvores, paradas de ônibus sinalizadas”, exemplifica.
Às vezes, você poderia identificar que uma calçada não tem obstáculo porque você consegue passar sem nenhum problema. Mas uma pessoa com cadeira de rodas, dificuldade de mobilidade, deficiente visual, conseguiria?
Theo destaca que a pesquisa é tanto uma fonte de informação para que o poder público conheça os problemas das comunidades e foque em políticas para resolvê-los, como uma etapa de planejamento para o Censo de 2022.
“Nessa pesquisa, o supervisor atualiza mapas e acessos para facilitar o deslocamento do recenseador, para que, quando chegue o Censo, ele se preocupe apenas com a coleta domiciliar”, cita o coordenador.
“As comunidades querem mostrar a realidade”
Um dos agentes que vão costurar as vias urbanas para fazer um raio-x de Fortaleza é Afonso Soares, coordenador da subárea do Censo de 2022. Ele reforça que um dos objetivos da pesquisa, além de planejar o Censo, é “enxergar” a cidade.
Nesta fase, os supervisores não têm contato com os domicílios, não há visitas nem entrevistas – mas ela funciona como “reconhecimento de território”, processo que é aprofundado no Censo em si.
Em áreas mais periféricas, somos muito bem recebidos, porque as comunidades querem mostrar a realidade delas: que não tem saneamento, água, energia.
Para Afonso, “ser recebido nas casas das pessoas” é, ao mesmo temo, a melhor e a mais desafiadora etapa das pesquisas. “Há medo de golpes, roubos e assaltos, mas o IBGE lida com isso através da identificação dos funcionários com colete, boné, crachá. É possível checar quem nós somos”, reforça.
As visitas domiciliares do Censo de 2022 serão iniciadas no dia 1º de agosto em todo o Brasil. A identidade dos recenseadores pode ser confirmada pela população pelo telefone 0800 721 8181 ou pelo site respondendo.ibge.gov.br.